O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic a 13,75% ao ano pela segunda reunião consecutiva. Após a maior sequência de alta da história do país, a taxa básica de juros continua sendo usada para elevar os custo do crédito e reduzir a inflação.
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De olho no cenário atual, parte dos economistas acredita que o corte na Selic deve começar no primeiro trimestre de 2023, logo após a posse do novo presidente da República. Outros prevêem o início da queda somente para junho ou agosto.
Seja como for, a dica dos especialistas para os investidores é continuar prestando atenção nas aplicações em renda fixa, em especial aquelas atreladas à Selic e ao CDI. Outro conselho é manter uma carteira diversificada para ampliar ganhos e reduzir riscos.
Oportunidades
Nos dois primeiros pregões esta semana, a Ibovespa acumulou queda de 4,27%. “Os últimos dias deixaram bem claro que eventos inesperados ainda podem impactar a renda fixa e a renda variável e que é hora de os investidores serem bastante conservadores nas suas decisões”, diz Rodrigo Azevedo, planejador financeiro certificado, economista e sócio-fundador da GT Capital.
O especialista aconselha uma aplicação de 75% da carteira em títulos atrelados à Selic ou ao CDI, como Tesouro Selic, CDBs e LCIs ou LCAs. Esse tipo de investimento serve para formar a reserva de emergência ou realizar objetivos de curto prazo.
Já quem tem objetivos de médio e longo prazo pode apostar e títulos atrelados à inflação, títulos prefixados e renda variável, mas deve ter cuidado. “Ter títulos atrelados à inflação na carteira é importante sempre para proteger o investidor da alta dos preços”, acrescenta Azevedo.
De forma geral, o economista acredita que o investidor deve escolher títulos com prazo curto para evitar o risco de preso por tanto tempo.
“Há boa chance de a Selic cair no ano que vem, mas dependendo do que acontecer fora do Brasil, até existe chance de os juros subirem. O investidor conservador deve priorizar a defesa da carteira em investimentos atrelados à inflação no médio e longo prazo”, completa Beto Assad, analista de ações e consultor financeiro do consolidador de carteira Kinvo,
Ações
Para os iniciantes em renda variável, o atual momento de incerteza é bastante desafiador. Apesar de existirem alguns papéis baratos na bolsa brasileira, a seleção deve ser feita a dedo.
“Para quem está fora de ações, agora não é uma boa hora para começar a comprar, porque o investidor pode se machucar. Comprar o mais barato possível nem sempre é o melhor. Às vezes é melhor comprar mais caro, mas com um cenário mais claro”, diz Assad.
Que já comprou ações mirando no longo prazo deve seguir firme com o plano. “Se você acredita nas companhias que comprou, em princípio, não faça nada. Eventualmente, aproveite as quedas para comprar mais”, completa o analista.
A sugestão de compra no momento vai para papeis menos sucetíveis a crises, com bancos e companhias de energia. “Bancos, companhias de energia e de saneamento tendem a se comportar melhor enquanto o cenário estiver indefinido. Quando a queda de juros estiver mais clara, aí o cenário estará mais favorável para empresas que dependem de consumo”, finaliza Assad.