A gasolina ficou mais cara nos postos brasileiros pela segunda vez consecutiva na semana passada, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Apesar do aumento, a Petrobras não reajusta seus preços desde o início de setembro.
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O preço do combustível vendido no país está em defasagem há seis semanas, conforme aponta o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Enquanto isso, a estatal segura novos aumentos a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com informações do jornal O Globo, o candidato à reeleição quer frear a todo custo qualquer aumento antes do segundo turno das eleições. A queda nos preços da gasolina e do diesel é uma de suas principais estratégias de campanha para conquistar leitores.
Caso a correção seja aplicada, a gasolina ficará 12,27% mais cara para as distribuidoras, ou R$ 0,46 por litro.
Motivos do aumento
O preço médio nacional da gasolina chegou a R$ 4,79 por litro na primeira semana de outubro, subindo para R$ 4,86 (+ 1,46%) na semana seguinte. No dia 22 de outubro, a média foi a R$ 4,88, aumento de 0,41%.
Sem novos reajustes por parte da Petrobras, especialistas acreditam que o aumento é justificado por vários motivos. O principal deles é que os postos já estão antecipando a correção prevista para depois das eleições.
“Mesmo com a Petrobras não alterando o valor da gasolina, já há um movimento dos próprios distribuidores e postos”, diz o economista Igor Lucena.
Além disso, os estados têm se movimentado para evitar as perdas geradas pelo corte no ICMS dos combustíveis. No Ceará, por exemplo, o governo aplica o teto de 18% estabelecido nacionalmente, mais 2% de imposto referente ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). Outra explicação é que as refinarias privadas estão reajustando seus preços normalmente, como é o caso de Mataripe.
Para os especialistas, o preço da gasolina no Brasil subirá de qualquer forma nas próximas semanas. Em algum ponto, a Petrobras terá que voltar a adotar o Preço de Paridade de Importação (PPI) e encher o tanque ficará mais caro para os brasileiros.