Com o intuito de não interferir no resultado das eleições do último domingo, 30, a Petrobras estava segurando a mudança no preço da gasolina a 18% abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI). Dessa forma, é esperado que o valor do produto volte a passar por consideráveis aumentos até este fim desta semana.
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Segundo cálculos realizados pela Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), essa porcentagem equivale a cerca de R$ 0,75 por litro da gasolina, ou seja, isso significa que se Petrobras estivesse mantendo a taxa do PPI, o valor do produto estaria R$ 0,75 mais caro por litro.
Contudo nenhuma alteração foi feita no preço da gasolina desde setembro.
Além disso, um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) fez com que uma queda de 7% no valor cobrado nas refinarias fosse constatada. O atual governante solicitou que o preço cobrado pelo combustível não fosse alterado, pelo menos não até o fim do segundo turno das eleições. Vale ressaltar, inclusive, que o aumento dos preços foi um dos principais pontos de divergência entre o presidente e os seus eleitores por um bom tempo.
Outro valor congelado nos últimos dias foi o do óleo diesel, que sofre com uma defasagem de 20% do PPI. Em outras palavras, o litro do diesel ficaria R$ 1,25 mais caro em um cenário no qual tivesse sido reajustado adequadamente.
Petrobras irá aumentar o valor dos combustíveis?
O valor final da gasolina pago pelo consumidor nos postos é resultado da soma de diversos impostos, lucros e custos. Você conhece algumas delas? Entenda como funciona.
- 13% referente ao etanol anidro que compõe 27% da gasolina comum;
- 14% relativo ao lucro das distribuidoras de combustível;
- 33% referentes aos impostos estaduais e federais;
- 38% de custos cobrados pela Petrobras.
Esses custos cobrados pela Petrobras são calculados de acordo com o PPI. Sendo assim, é considerado o valor internacional do barril de petróleo para os cálculos realizados. Em relação aos impostos, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi limitado a 17% ou 18% até o fim de 2022 enquanto o óleo diesel teve os tributos federais zerados.
Com isso, os valores cobrados pelas taxas não mudam até 1 de janeiro de 2023, porém o valor da gasolina e de outros combustíveis podem ser alterados para acompanhar os preços internacionais e diminuir a defasagem vista no último mês de campanha política.