O Grupo Raiola foi fundado em 1938 por imigrantes italianos e se popularizou pelo Brasil principalmente por causa de suas azeitonas, mas outros produtos em conserva – como tomates pelados e azeites – ganharam o paladar brasileiro e fizeram sucesso em território nacional por muitos anos.
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Na última sexta-feira, 10, o pedido foi aceito na 3ª Vara de Recuperações e Falências de São Paulo, em caráter de urgência. Apesar da empresa não ter comentado o assunto, o documento protocolado no pedido, que foi divulgado pelo Broadcast/Estadão, justifica o movimento pelos impactos da pandemia da Covid-19.
O aumento repentino dos custos de importação de insumos também foi apontado.
O que fez o Grupo Raiola pedir recuperação judicial?
Segundo os advogados que assinam o pedido, a crise gerada com a pandemia obrigou a empresa a utilizar todo o seu capital de giro, além de recorrer a empréstimos com juros mais altos e desfavoráveis por causa do contexto mundial.
Além dessa situação, a empresa também tem penhorada 10% dos créditos vindos de vendas presentes e futuras para assegurar o pagamento de pendências fiscais.
Atualmente, a dívida sujeita ao pedido é de R$ 62,3 milhões; cerca de R$ 43,8 milhões são referentes a débitos com bancos como o Bradesco (R$ 5,7 milhões), Daycoval (R$ 8,9 milhões) e Banco do Brasil (R$ 3,4 milhões).
Do restante, outros R$ 18 milhões representam dívidas com fornecedores. Ainda assim, há mais R$ 91,1 milhões em débitos fora da recuperação judicial têm natureza fiscal.
O pedido foi assinado pelo escritório Moraes Jr Advogados, mas a administração judicial ficou com AJ Ruiz. O assunto recuperação voltou a ficar em alta nos últimos tempos por causa do escândalo contábil da Americanas (AMER3), além do possível novo pedido da OI (OIBR3).