Com a reforma tributária em discussão no momento, a taxação de 25% por meio do futuro Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), citada pelo secretário extraordinário do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, para a reforma tributária seria uma das maiores do mundo.
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As informações de comparação são da Tax Foundation, organização sem fins lucrativos com mais de 80 anos de atuação na coleta de dados sobre tributos ao redor do mundo.
Em entrevista, o secretário havia citado o valor de 25% como necessário para manter o atual peso dos impostos que serão unificados: ICMS (estadual), PIS/Cofins e IPI (federais) e ISS (municipal).
“Todo desenho é feito para manter a carga tributária sem aumento, até porque o consumo já é muito tributado no Brasil”, admitiu Appy. Com essa manutenção de peso, os brasileiros mais pobres seguiriam penalizados, já que o custo do consumo é maior proporcionalmente para a população mais vulnerável do que para a mais abastada.
O secretário chegou a apontar uma solução em análise, chamada por ele temporariamente de “sistema de cashback (dinheiro de volta) para famílias de baixa renda”, mas a solução não foi detalhada.
Com reforma tributária, Brasil teria um dos impostos mais caros
Segundo os dados da Tax Foundation, já são mais de 170 países adotando o modelo de cobrança semelhante ao que o Governo Federal deve implementar, incluindo todos os países europeus.
Veja a média do valor cobrado entre os principais países monitorados pela fundação:
- A média do IVA nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”, que o governo Jair Bolsonaro fez pedido de adesão para o Brasil é de 19%;
- A taxa padrão média da União Europeia é de 21%, seis pontos percentuais acima da taxa mínima de IVA exigida pela regulamentação da região;
- Japão tem um imposto sobre valor agregado de 10%;
- Hungria tem o maior IVA do mundo em 27%;
- Croácia, Dinamarca e Suécia têm um imposto sobre o consumo de 25%;
- Luxemburgo tem uma taxa de 16%, Malta de 18% e Alemanha de 19%.
Enquanto isso, os Estados Unidos é o único país entre as grandes economias que não tem IVA. Por lá, cada estado tem seu próprio regime sobre vendas, não um imposto federal. Mesmo assim, a média de impostos é baixa: 7,4%.