O jogador de futebol Gustavo Scarpa poderia passar a ganhar quase um milhão por ano, se tivesse investido R$ 6,3 milhões em uma carteira de investimentos conservadora, em vez de em um esquema de criptomoedas sugerido pelo ex-colega de time, Willian Bigode. O dinheiro foi todo perdido. Entenda o golpe.
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A análise foi feita pela Nord Research, a pedido do portal de notícias G1.
O jogador Scarpa perdeu todo o dinheiro ao investir em um fundo de investimento em criptomoedas com a promessa de retornos irreais de até 5% ao mês. Apesar de ser algo impossível no mercado financeiro tradicional, o atleta decidiu investir boa parte da sua fortuna no esquema.
Dinheiro perdido em golpe de criptomoedas
Segundo os cálculos da Nord Research, que faz o planejamento financeiro e gestão de patrimônio para clientes de alta renda, os mesmos R$ 6,3 milhões em aplicações seguras seria equivalente a uma taxa de 1,18% ao mês, ou seja, um número muito abaixo da rentabilidade prometida pelos golpistas.
Se o jogador Gustavo Scarpa tivesse feito um investimento em uma carteira conservadora, por exemplo, ele poderia ter obtido um retorno médio de CDI + 1,5%, o que seria próximo a um milhão por ano, sem muitos riscos.
A taxa atual do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é de 13,65% ao ano. A carteira sugerida pelo especialista Renato Breia, da Nord Research, inclui títulos pós-fixados, fundos multimercado, crédito privado, títulos indexados à inflação, títulos prefixados, ações brasileiras e ações internacionais.
Além das promessas de retornos irreais, as empresas envolvidas no golpe dado no jogador do Palmeiras sequer tinham permissão para investir em criptomoedas. Em resumo, o dinheiro do jogador simplesmente sumiu.
O atacante Willian Bigode, ex-Palmeiras, é sócio de uma empresa que fez a intermediação entre jogadores e a companhia do Acre. Em agosto de 2020, Scarpa desconfiou de um esquema fraudulento ao tentar resgatar parte do dinheiro. Foi depois disso que o atleta decidiu registrar um boletim de ocorrência.