Exóticos: 272 espécies de animais colocam em risco o ecossistema do brasileiro

Muitos desses bichos podem trazer problemas, tanto para o meio ambiente quanto para a população, visto que são "culpados" de certas transmissões de doenças.



Desde 2005, o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental se dedica a registrar os animais exóticos invasores que habitam os variados ecossistemas brasileiros. De acordo com a ONG, o Brasil conta com 272 espécies consideradas exóticas. Todas elas não são nativas da região e se reproduzem.

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Eles também se disseminam de maneira desenfreada, constituindo então uma ameaça para a diversidade biológica da área. A lista desses bichos é constituída por alguns já conhecidos pela população, como é o caso do lagarto anolis-marrom, caranguejola e de até cães e gatos domésticos.

Segundo informações do instituto, eles podem chegar ao país de inúmeras maneiras, tanto de formas acidentais, por meio de navios, como propositalmente, com a ideia usá-los para alimentação, práticas esportivas ou para que sejam adotados como bichinhos de estimação.

Esses são os casos do lagostim-vermelho, de origem estadunidense, que foi trazido para ser utilizado no aquarismo. Também podemos citar a tilápia africana, amplamente usada na pesca.

Animais podem transmitir doenças para a fauna e população

Por não fazerem parte da biodiversidade do Brasil, eles podem representar uma ameaça ao equilíbrio ambiental, pois chegaram de maneira repentina, o que ainda impacta na demora do registro de todas as espécies que vivem nos locais. A fundadora da ONG, Silvia Ziller explica que cada espécie pode proporcionar problemas distintos.

Por exemplo: alguns deles são predadores, mas outros costumam destruir áreas naturais, além de ocupar espaços destinados aos animais nativos da região. Outra questão que chama atenção diz respeito à transmissão de doenças.

A fauna pode estar vulnerável à infecções parasitárias. Ainda há um risco de que essas doenças sejam transmitidas aos humanos por meio do consumo culinário, como a do camarão-tigre-gigante, que tem a bactéria salmonella.

Um dos casos mais conhecidos de transmissão é o Aedes aegypti, popularmente conhecido como mosquito da dengue. Ele veio da África e de forma acidental. O número de casos prováveis de dengue chegou a 1.414.797, no ano passado, de acordo com o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.

Diante desse cenário, o Ministério do Meio Ambiente criou em 2018 a “Estratégia Nacional para Espécies Exóticas Invasoras”. A ideia é desenvolver ferramentas para cuidar da base de dados que monitora tudo que acontece com as espécies e, dessa forma, elaborar planos específicos para lidar com os invasores e como cuidar das regiões.

O objetivo principal é proteger os animais nativos que correm o risco de acabar extintos.




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