Com alto risco de calote, mais uma empresa pode não sobreviver a 2023

De acordo com a empresa, não há caixa suficiente para chegar ao final de 2023. Investidores se preocupam com um possível calote.



A Moodys rebaixou a classificação da Light (LIGT30) de B3 para CAA3, indicando um alto risco de calotes. Há uma taxa média de recuperação para os devedores, que está entre 65% a 80%. De acordo com a agência de classificação de risco, o rebaixamento acontece após a administração informar que está em busca de uma negociação com os credores para chegar em um acordo quanto às pendências.

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O intuito é de preservar o caixa para manter as operações da concessão da empresa.

“Este anúncio foi feito juntamente com a divulgação dos resultados do ano fiscal de 2022, mostrando uma deterioração ainda maior na posição de liquidez da empresa em meio às altas taxas de juros e condições desafiadoras de refinanciamento”, afirmou.

Vai ter calote?

A Moodys informou também que a liquidez está apertada frente aos constantes investimentos que estão sendo necessários para manter a qualidade dos serviços e da concessão junto às pendencias. No total, as dívidas chegam a R$ 1,1 bilhão neste ano e devem chegar a R$ 2,651 bilhões em 2024.

“Sem qualquer injeção externa de caixa, estima-se que a posição de caixa poderia alimentar as obrigações da empresa somente até setembro de 2023”, informou a empresa. Além disso, uma apuração feita pelo Valor Econômico, os debenturistas da Light já estariam se preparando para um possível calote de R$ 400 milhões.

Uma das saídas que a empresa teria seria entrar com um pedido de cautela para se proteger contra as cobranças de bancos de dívidas de curto prazo. Vale ressaltar que essa atitude também foi tomada pela Americanas (AMER3) e pela Oi (OIBR3) antes de elas solicitarem uma recuperação judicial.

A notícia de um possível um pedido de recuperação judicial da companhia chegou a circular no mercado; no entanto, por se tratar de uma concessão, a Light pode não solicitar a judicial ou a extrajudicial.

Prejuízos seguidos

A Light é a companhia responsável pela distribuição de energia de toda a região metropolitana do Rio de Janeiro. A empresa tem registrado índices elevados de perdas não técnicas, devido a fatores externos, como furtos de energia.

Em um relatório enviado aos seus clientes, a UBS BB informou que a empresa não tem dinheiro suficiente para arcar com toda a dívida da companhia até o final de sua concessão de distribuição. É por isso que a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 5,67 bilhões no quarto trimestre de 2022.

Além disso, ao realizar a comparação anual, a Light teve uma queda de 1.500% em relação ao ano anterior, no qual a empresa lucrou R$ 398 milhões. Por fim, a companhia reconheceu a sua “situação operacional e financeira complexa”, explicando que ela foi resultado do elevado endividamento, caixa insuficiente e alto índice de furto.




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