O Índice de Preços de Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), que mede a média de preço dos alimentos mundialmente, registrou alta de 0,6% em abril de 2023, a primeira em um ano, atingindo média de 127,2 pontos.
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Segundo a FAO, o aumento foi influenciado pelas cotações internacionais mais altas de açúcar, carne e arroz, enquanto trigo, milho e laticínios caíram, juntamente com óleos vegetais, devido à expectativa de safra recorde de soja no Brasil.
O aumento dos preços do açúcar em abril, em 17,6% ante março, foi motivado pela redução das expectativas de produção e resultados na Índia, China, Tailândia e União Europeia causada por condições climáticas secas.
Além disso, houve um início lento da safra de cana-de-açúcar no Brasil. A carne também teve um aumento no índice de preços da FAO, com destaque para a carne suína e aves, impulsionados pela demanda de importações asiáticas e restrições de produção.
Média de preço dos alimentos sobe, mas não em todas as categorias
Apesar dos aumentos, o índice de preços de cereais caiu 1,7% em relação a março e os preços internacionais do trigo caíram 2,3%, principalmente devido às grandes disponibilidades de exportação na Austrália e na Rússia.
O índice de preços do milho também caiu 3,2% com o aumento dos suprimentos na América do Sul, mas as vendas para compradores asiáticos sustentaram o aumento dos preços internacionais do arroz, que é cultivado principalmente na Ásia.
Já o índice de preços do óleo vegetal subiu 1,3% no mês, enquanto o dos lácteos avançou 1,7%. Os preços mundiais do óleo de palma permaneceram estáveis, mas as cotações dos óleos de soja, colza e girassol diminuíram em sintonia com a pressão da colheita de uma safra de soja potencialmente recorde no Brasil.
O economista-chefe da FAO, Maximo Torero, alertou que é preciso acompanhar de perto a evolução dos preços e as razões dos aumentos, uma vez que a demanda deve aumentar com a recuperação das economias, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos.
“À medida que as economias se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos”, alertou.