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Mente sã, corpo magro? A obsessão pelo emagrecimento e seus riscos

Doenças invisíveis e corpos em perigo: os efeitos nocivos do culto ao emagrecimento na saúde física e mental.



Tendências de moda e estilo de vida sempre exerceram uma influência significativa na cultura e na sociedade. Desde as roupas que usamos até os produtos de beleza que compramos, muitas vezes somos inspirados por celebridades. Um exemplo é a Kim Kardashian, uma das personalidades mais famosas e influentes das redes sociais.

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Em busca de uma aparência “ideal”

Em 2014, a socialite chamou a atenção de todos com a foto de seu voluptuoso bumbum na capa da revista Paper. Quase uma década depois, ela surpreendeu novamente ao perder cerca de sete quilos para caber em um vestido originalmente usado por Marilyn Monroe, o que gerou especulações sobre sua drástica redução de medidas. Junto a ela, a irmã Khloe também tem sido criticada nas redes sociais por aparecer cada dia mais magra, levantando suspeitas sobre o uso do medicamento para diabetes tipo 2, aprovado para tratamento da obesidade.

O medicamento em questão é a semaglutida, vendido sob os nomes comerciais Ozempic e Wegovy. Seu uso se popularizou graças às redes sociais, especialmente o TikTok, onde a hashtag #Ozempic teve mais de 520 milhões de visualizações nos últimos quatro meses. As pessoas compartilham suas experiências com a substância e impulsionam uma curva de crescimento de publicações sobre o tema.

A preocupação com esse fenômeno se baseia no uso indiscriminado da semaglutida, com pessoas magras, que não precisam emagrecer, aderindo ao medicamento em busca de uma aparência “ideal”. A obsessão pelo corpo tem sido uma questão presente na sociedade há séculos. A epidemia de sobrepeso e obesidade aumenta a preocupação com o uso irresponsável da medicação.

Obesidade e sobrepeso

O problema da obesidade atinge proporções alarmantes em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade aumentou quatro vezes de 1975 a 2016. No Brasil, mais da metade dos adultos apresenta sobrepeso e 25,9% são obesos.

A semaglutida foi desenvolvida para tratar diabetes tipo 2, mas a sua ação no controle do apetite levou à aprovação do medicamento para combater a obesidade e sobrepeso. No entanto, seu uso não é indicado para todas as pessoas, sendo importante ter cautela para não desconsiderar outras alternativas, como alterações na alimentação e prática de exercícios físicos.

Culto à magreza

A obsessão pelo corpo magro como padrão de beleza é uma questão que atravessa a história. Os ideais estéticos são sempre influenciados por jogos de poder e a definição do que é considerado belo muda ao longo do tempo. No mundo contemporâneo, a associação entre saúde e aparência trouxe uma moralização da beleza, onde ser esbelto se tornou um dever e associado a valores morais.

O culto ao emagrecimento influenciado pelas redes sociais e a busca incessante por um corpo perfeito podem trazer graves consequências para a saúde mental e física das pessoas. É essencial que profissionais da área estejam atentos a esse fenômeno e promovam uma abordagem responsável e equilibrada para o tratamento da obesidade, focando não apenas na aparência, mas na saúde global dos pacientes.




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