Uma pesquisa inovadora (e um tanto polêmica) está revelando a possibilidade de desenvolver alimentos feitos a partir de larvas de mosca, abrindo caminho para uma fonte alternativa de proteínas e uma nova onda de produtos como salsicha e pão com insetos na sua composição.
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O trabalho envolve a utilização da larva da mosca-soldado-negra, conhecida como “black soldier fly”, que é altamente rica em proteínas e está sendo explorada como uma potencial fonte nutricional.
A pesquisadora Vanessa Aparecida Cruz, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, desenvolveu a pesquisa que utiliza as larvas da mosca para a produção de farinhas e alimentos como pães e salsichas. Essas larvas possuem uma taxa de proteína de até 50% após o processo de desengorduramento, além de conterem lipídios, aminoácidos e compostos bioativos.
Fazer salsicha e pão com insetos? Já é realidade!
O processo de transformação das larvas em alimentos envolve triturá-las para criar uma farinha superproteica, que possui mais de 30% de proteínas, superando valores presentes em vegetais como feijão e lentilha. A farinha resultante também demonstra uma digestibilidade superior em comparação com algumas proteínas vegetais e animais, contribuindo para a saúde intestinal.
Embora essa tecnologia esteja em estágios de estudo no Brasil, a pesquisa visa contribuir com alternativas para a crescente insegurança alimentar global e a crescente demanda por proteínas.
Além disso, a produção de alimentos a partir de insetos, como a mosca-soldado-negra, é ambientalmente mais sustentável, utilizando menos água e emitindo menos gás carbônico em comparação com a produção convencional de carne.
Os alimentos, no entanto, ainda não devem ser comercializados. Há processos regulatórios a serem superados para a aprovação e comercialização desses produtos inovadores no Brasil, mas a pesquisa destaca a viabilidade desses alimentos em termos de valor nutricional e impacto ambiental. Você comeria?
