A Petrobras elevou em 16,3% o preço da gasolina vendida em suas refinarias, reajuste que deve chegar em breve ao bolso do consumidor. O diesel teve um aumento ainda maior, de 25,8%.
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Analistas acreditam que o impacto dessa mudança para o cliente deve ficar por volta de 6% nas bombas de combustível. Também são esperados efeitos na inflação do país.
Impacto do reajuste
O reajuste tem efeito sobre o preço cobrado das distribuidoras, que, por sua vez, costumam repassar parte do prejuízo ao consumidor final. Os estabelecimentos possuem autonomia para fixar seus valores, além de que o produto vendido nas bombas também inclui impostos, misturas com outros combustíveis e a margem de lucro das empresas.
A corretora Warren Rena estima um acréscimo de 6,32% no preço final da gasolina, enquanto o economista André Braz acredita que o aumento deve ficar entre 5% e 6%.
“O impacto da gasolina na bomba normalmente é menor do que na refinaria. Lá foi de 16,3%. Na bomba deve chegar a um terço disso, algo entre 5% e 6%. Se considerarmos 6% na bomba, e levando em conta que a gasolina representa 5% do orçamento familiar, o impacto em 30 dias [na inflação] desse aumento pode ser de 0,30 ponto percentual”, justifica Braz.
Segundo o último levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a gasolina custou em média R$ 5,53 o litro na semana passada. Caso o reajuste de 6% se confirme, a média deve subir para R$ 5,86 o litro.
Reflexo na inflação
Como os impactos do aumento nos combustíveis é sentido em toda a cadeia produtiva, eles também afetam o transporte de mercadorias pelos caminhões, que utilizam diesel.
Em julho, a gasolina puxou a inflação e o impacto estimado do item no IPCA é de 0,31 ponto percentual, segundo a Warren. A corretora revisou para cima sua projeção para índice deste ano, de 4,6% para 5%.
“A questão mais importante é que esse movimento da gasolina e do diesel podem tirar a inflação do teto da meta. O teto é 4,75% e agora pode fechar um pouco acima desse patamar, mas vai ser abaixo da do ano passado que foi em 5,8%. Haveria uma desaceleração dos preços em 2023 comparado a 2022”, completa André Braz, economista da FGV.