A medida do governo federal que baixou os preços dos carros novos também teve efeito no mercado de usados. Em busca de manter sua fatia das vendas após a queda nos valores dos automóveis zero km, o segmento teve que correr atrás para se manter competitivo.
Leia mais: Os 7 itens do carro que precisam de revisão a cada 10 km rodados
Uma pesquisa da empresa de consultoria MegaDealer mostrou que o setor de usados sentiu uma forte queda nas vendas em julho, mesmo promovendo um corte médio de 8,6% nos preços. A redução está ligada justamente ao programa de incentivo do governo.
Com o corte nos impostos de veículos novos e os bônus extras garantidos pelas concessionárias, muita gente preferiu tirar um carro zero a comprar um usado. O movimento impactou diretamente esse mercado.
Desvalorização desigual
A desvalorização foi mais acentuada entre os automóveis com mais de três anos de uso. Segundo o levantamento, modelos fabricados entre 2012 e 2015 tiveram queda de 8,7% na comparação com junho, enquanto os produzidos entre 2016 e 2019 ficaram 7,5% mais baratos no mesmo período.
Já os veículos ano 2020 a 2022, considerados seminovos, apresentaram redução de apenas 4,7%.
Premium e sedã compacto
Os preços mais baixos foram observados especialmente entre veículos premiums e sedãs compactos. As quedas nos valores chegaram a 5,3% e 2,7%, nessa ordem, em relação a antes do programa de descontos do governo.
O giro de estoque das revendas foi um dos principais efeitos das mudanças no mercado, assim como o aumento da margem bruta do faturamento para 11%, um pico desde março. Os resultados refletem as campanhas promocionais criadas pelas empresas para aumentar o fluxo de vendas e assegurar a rentabilidade.
Modelos com os sedãs compactos, SUVs, pickups e sedãs médios perderam parte de sua participação nas vendas. Já os hatch compactos ganharam forças, com o volume de saídas crescendo de 31% para 35%.
Mesmo com o fim do programa, as oportunidades para comprar um usado com preços acessíveis continuam boas.