Algumas pessoas adoram jiló, quiabo, fígado e outros alimentos que muitos consideram repugnantes. Elas podem ter um paladar diferente ou simplesmente aprenderam a apreciar esses sabores. Afinal, esses alimentos podem trazer benefícios para a saúde, como vitaminas, minerais e antioxidantes. Quem não os consome pode estar perdendo essas vantagens nutricionais.
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Diante disso, as nutricionistas Tânia Rodrigues e Rachel Francischi, explicaram em entrevista ao portal G1, os motivos por trás das nossas preferências alimentares e como elas podem mudar ao longo da vida. Elas também deram dicas de como preparar e consumir esses alimentos odiados, ricos em nutrientes e benefícios para a saúde. Entenda a seguir:
Doce ou amargo?
Segundo as especialistas, a nossa preferência pelo doce e a rejeição pelo amargo são heranças evolutivas dos nossos ancestrais. Na pré-história, as frutas eram a principal fonte de energia e o amargo era um sinal de veneno nas plantas.
Além disso, com o tempo, o açúcar refinado aumentou ainda mais o nosso gosto pelo doce e diminuiu a nossa tolerância ao amargo.
Hábito e cultura
Outro fator que influencia as nossas escolhas alimentares é o hábito familiar e cultural. Nós tendemos a comer o que é familiar ou o que provamos em situações sociais.
Por isso, é importante apresentar os diversos alimentos aos filhos desde cedo, mesmo que os pais não gostem. Assim, eles terão mais chances de experimentar e gostar desses alimentos no futuro.
Paladar em mudança
As nutricionistas também explicaram que o paladar pode mudar com o passar dos anos. Quem nunca começou a gostar de um alimento que detestava ou criou uma repulsa por algo que comia? Isso é normal!
De fato, a monotonia da dieta pode levar ao enjoo de algum alimento. Também ocorre a mudança do paladar no final da adolescência, quando os gostos amargos são mais aceitos e os muito doces ficam mais de lado.
Alimentos odiados pelos brasileiros: dicas para comer bem
Mas como fazer para incluir esses alimentos odiados na alimentação? As nutricionistas deram algumas sugestões de como preparar e consumir esses alimentos, que podem surpreender o seu paladar e trazer muitos benefícios para a sua saúde. Confira:
1. Jiló: é rico em ferro, cálcio, fósforo, vitamina C e antioxidantes. Para diminuir o amargor, prepare-o bem temperado, refogado com ervas, azeite e manteiga.
2. Quiabo: é fonte de fibras, vitaminas A, C e do complexo B, potássio e magnésio. Para evitar a baba, deixe-o de molho no suco de limão ou vinagre por 30 minutos antes de cozinhar. Você pode consumi-lo no vinagrete, no rocambole de carne, na sopa ou grelhado com especiarias.
3. Fígado: é um dos alimentos mais ricos em ferro, além de conter vitaminas A, D, E e K, zinco e selênio. Para tirar o gosto amargo e metalizado, deixe-o de molho no leite por algumas horas antes de cozinhar. Você pode prepará-lo em tirinhas aceboladas, no estrogonofe, misturado com outras carnes ou como hambúrguer ou almôndega.
4. Moela: é uma boa fonte de proteína, ferro, zinco e vitamina B12. Para eliminar o cheiro forte, cozinhe-a com bastante água e vinagre por 15 minutos antes de temperar. Você pode consumi-la em farofas simples ou como recheio de frango.
5. Língua: é rica em proteína, ferro, zinco e vitamina B12. Para tirar o aspecto viscoso, retire a pele após cozinhá-la na panela de pressão por 40 minutos. Você pode prepará-la ao molho madeira, ao vinho tinto ou à milanesa.
6. Dobradinha: é fonte de proteína, cálcio, fósforo e vitamina B12. Para eliminar o odor, lave-a bem e deixe-a de molho no limão ou vinagre por 30 minutos antes de cozinhar. Portanto, você pode prepará-la com feijão-branco, com legumes ou com molho de tomate.