O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou pela quarta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia, a Selic, que chegou a 11,75% ao ano. A redução de 0,5 ponto percentual vai afetar as demais taxas de juros do país, como de empréstimos, financiamentos e cartão de crédito.
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O novo patamar também influencia em aplicações financeiras cujos rendimentos são atrelados à Selic, como títulos do Tesouro Direto e CDBs (Certificados de Depósito Bancário). A rentabilidade da poupança permanece a mesma.
Instrumento de controle da inflação
O BC usa a taxa básica como um instrumento de controle. Quando a inflação está alta, ele pode aumentar a Selic para desestimular o consumo, o que eleva os juros do cartão de crédito, empréstimos e outras modalidades de crédito. A ideia é evitar a movimentação de dinheiro para controlar a inflação.
Um cliente que vai ao banco simular um empréstimo para financiar um carro, por exemplo, pode desistir da compra porque as prestações estão caras demais. Isso faz com que a população deixe de contratar crédito e os preços comecem a cair.
Por outro lado, a Selic também é usada para estimular o consumo e aquecer a economia. Ao reduzir a taxa, a ideia é baixar os juros para o consumidor, o que torna o crédito mais acessível e estimula novas compras.
Simplificando bastante a questão, a Selic é o preço do dinheiro: quando o dinheiro está muito “barato” (taxa muito baixo), as pessoas vão consumir mais. A consequência disso é o aumento generalizado nos preços de bens e serviços. Quando está muito “caro”, os brasileiros vão gastar menos e os preços tendem a ficar mais controlados.
Vale mencionar que o processo inflacionário afeta o poder de compra das famílias, sobretudo das mais pobres, que sentem muito mais o aumento dos preços no orçamento.