Uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no Brasil é, sem dúvidas, a cerveja. Atualmente, o país é o 3º maior produtor de cerveja em todo o mundo, ficando atrás somente da China e dos Estados Unidos. Segundo uma pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o país conta com 1.729 cervejarias. A previsão é de que o consumo em 2023 chegue aos 16,1 bilhões de litros.
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No entanto, o preço da cerveja pode ter uma alta considerável em 2024. A possibilidade se dá devido às instabilidades climáticas que diminuíram consideravelmente a produção de cevada no Brasil. Com isso, houve o aumento da demanda pela importação de malte, o que tornou a fabricação ainda mais cara.
Além disso, o “Imposto do Pecado”, taxa prevista na Reforma tributária e que será aplicado em bebidas alcoólicas e cigarros, pode tornar o preço ainda mais alto. Contudo, os detalhes sobre a cobrança do novo tributo só serão anunciados nas próximas etapas da reforma, após a aprovação do texto-base.
Queda na produção de cevada no Brasil
De acordo com o portal Capitalist, um dos principais pontos que estão influenciando na alta dos preços da cerveja é a queda na produção da cevada no Brasil. Com plantação concentrada na região sul do país, a redução estimada é de 17,3%, com a safra do cereal estimada em 416,2 mil toneladas, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
A menor safra é uma consequência do excesso de chuvas que atingiu a região Sul durante a época da colheita. Com isso, a qualidade dos grãos e o volume produzido ao final da safra foram afetados. Segundo o gerente de agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, a demanda por cevada no Brasil gira em torno de 900 mil toneladas, com mais da metade do volume sendo importado.
“Com as chuvas, a safra nacional será menor e as cervejarias precisarão importar mais, o que eleva os custos das indústrias e esse custo será repassado aos consumidores” explicou Guedes em entrevista à Band. Assim, desde 2021, as cervejarias e cooperativas do Paraná estão focadas nas lavouras de cevada, buscando reduzir a dependência da importação.