O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (10) a necessidade da criação de uma linha de crédito voltada para a reforma de casas, direcionada para a classe média. Além disso, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou também a contratação de obras para a entrega de mais de 112 mil moradias do Minha Cada, Minha Vida (MCMV). Conforme o anúncio do governo, R$ 11,6 bilhões serão destinados para beneficiar mais de 440 mil pessoas em áreas urbanas e rurais.
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Anteriormente, o presidente Lula já havia solicitado uma linha dentro do MCMV para atender o público da classe média. Atualmente, o programa é voltado par cidadãos com renda mensal bruta de até R$ 8 mil. “A gente faz casa para pobre e o rico tem financiamento. Não tem casa para o cara que ganha R$ 7 mil. Nós, agora, vamos lançar na semana que vem um programa de financiamento, um programa de crédito habitacional para que as pessoas possam comprar uma casa um pouco melhor”, afirmou Lula.
“Às vezes, o cara não quer comprar uma casa, ele quer pegar um empréstimo para poder reformar a sua casa, para fazer uma garantia, ele só tinha um fusquinha velho e agora quer comprar um carro novo. Precisamos dessa mobilidade de crédito”, acrescentou o presidente.
Redução nos depósitos compulsórios pode ser a solução
Ao ser questionado sobre o recurso para o novo programa, o Ministério das Cidades afirmou que novas fontes de financiamento estão sendo buscadas, em diferentes públicos. Uma das opções é o financiamento via FGTS, que atende todos os públicos, independentemente da renda do cidadão.
Durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10), a vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, defendeu a redução nos depósitos compulsórios da poupança. Com isso, seria possível liberar os recursos para outros fins, como o próprio crédito habitacional. Os depósitos compulsórios são uma regra geral aplicada aos bancos, sobre a retenção pelas instituições de uma quantia, como a reserva de emergência.
Esse montante é conhecido como “colchão de liquidez”, utilizado em situações de crise. “O Banco Central exige uma retenção e, nesse direcionamento, estamos querendo que ele volte como investimento para habitação, 5%. Em vez de reter 20%, reter 15% dos depósitos para que a gente possa aumentar a oferta de crédito”, explicou Inês Magalhães.