Quantas vezes você já clicou em “não sou um robô” só hoje? Por trás dessa aparentemente simples ação está um sistema complexo conhecido como CAPTCHA, que significa “Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart“. O principal objetivo é proteger sites e serviços online, distinguindo humanos de bots automatizados que podem representar riscos à segurança.
Marcar essa caixa de seleção desencadeia um processo, afinal, o sistema CAPTCHA analisa o seu comportamento digital anterior para determinar se suas ações são consistentes com as de um humano.
Então, antes de clicar na caixa, o sistema observa o seu histórico de navegação, tentando identificar padrões que indicam atividade humana genuína. Desde os sites visitados até à forma como você move o mouse em direção à caixa de seleção, tudo é analisado meticulosamente.
Como esse CAPTCHA funciona, afinal?
Quando você clica na caixa “não sou um robô”, o sistema CAPTCHA pode pedir um teste adicional de verificação de imagem, uma tarefa bem conhecida dos internautas. Isso pode parecer chato, mas lembre-se de que o CAPTCHA é vital para proteger contra spam e ataques automatizados, garantindo a segurança dos serviços online.
Por outro lado, um estudo da Universidade da Califórnia, Irvine, revelou que humanos são mais lentos e menos precisos que robôs ao resolver testes de CAPTCHA. Os resultados da pesquisa levantam dúvidas sobre a eficácia dessa ferramenta, ainda usada para proteger sites e aplicativos contra ataques de malware.
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Exemplos reais de uso do CAPTCHA
No começo deste ano, usuários do HBO Max tiveram que passar por um desafio de áudio, ouvindo várias músicas e escolhendo a que tinha um padrão de repetição. Os CAPTCHAs ficaram mais difíceis e complexos.
Isso ocorre porque, depois que resolvemos um CAPTCHA, os dados de nossos esforços para rotular grades borradas de semáforos, texto ou ônibus são usados para treinar sistemas de IA. Esses sistemas se tornam melhores em derrotar CAPTCHAs, levando os sites a aumentar a complexidade dos desafios.
Em 2016, pesquisadores da Universidade de Columbia mostraram que podiam resolver os CAPTCHAs de imagem do Google com 70% de precisão usando ferramentas de reconhecimento de imagem automatizadas.
Então, os CAPTCHAs se tornaram mais complexos porque, à medida que a IA avança, eles ficam menos eficazes. Um artigo de 2023 revela que ataques automatizados por inteligência artificial (IA) a vários esquemas CAPTCHA foram bem-sucedidos.
O futuro do botão “não sou um robô”
Os pesquisadores recrutaram 1.400 participantes para testar sites que usavam quebra-cabeças CAPTCHA, representando 120 dos 200 sites mais populares do mundo. A precisão dos bots varia entre 85% e 100%, superando a dos humanos, que varia de 50% a 85%.
Ou seja, o tempo de resolução dos bots é menor em quase todos os casos, exceto no reCAPTCHA, onde o tempo de resolução humano de 18 segundos é quase igual ao dos bots, que é de 17,5 segundos.
Curiosamente, em um ambiente mais natural, o tempo de resolução humano diminui para 22 segundos, indicando que, nesse contexto, os bots de IA são mais rápidos que os humanos na resolução desses quebra-cabeças. Mesmo sendo um estudo inicial, já podemos observar em 2024 mudanças no CAPTCHA para dificultar a detecção por bots.