Embora seja comum pensar no abacaxi, na maçã e no morango como frutas, botanicamente, nenhum desses alimentos é considerado uma “fruta verdadeira”. O conceito de “fruta” na ciência difere do que estamos acostumados no dia a dia, onde “fruta” é qualquer alimento doce, suculento e nutritivo que cresce em plantas.
No entanto, a botânica – o estudo das plantas – define frutas de forma bem específica: uma fruta verdadeira se forma a partir do ovário de uma flor e contém sementes internas. Vamos entender por que esses alimentos não atendem a esses critérios.
Alimentos que, na verdade, não são frutas
1. Abacaxi
O abacaxi é conhecido como uma “fruta composta” ou “infrutescência”, pois ele não se forma a partir de um único ovário, mas sim de uma fusão de múltiplas flores. Cada “olho” do abacaxi é, na verdade, o remanescente de uma flor individual que se uniu para formar a estrutura que conhecemos.
Essa característica diferencia o abacaxi das frutas verdadeiras, como o tomate, que se origina de um único ovário. Assim, mesmo com seu sabor doce e suculento, o abacaxi não é considerado uma fruta verdadeira no sentido botânico.
2. Maçã
A maçã é um exemplo clássico de pseudofruto, pois ela se desenvolve a partir do receptáculo floral – a parte da flor que sustenta o ovário – e não diretamente do ovário. O ovário da flor da maçã forma apenas a pequena parte central da maçã onde estão as sementes.
A polpa suculenta que comemos se origina de outras partes da flor. Assim, a maçã é tecnicamente um pseudofruto, pois não segue a definição botânica de uma fruta que se desenvolve exclusivamente do ovário.
3. Morango
O morango é ainda mais curioso, pois o que chamamos de “fruta” é, na verdade, o receptáculo inchado da flor. Os pequenos pontinhos amarelos na superfície do morango são, de fato, as frutas verdadeiras – chamadas de aquênios – e cada um deles contém uma semente.
Assim, o morango é classificado como um “fruto agregado”, uma vez que ele é formado por múltiplos pequenos frutos na superfície de um único receptáculo. Em outras palavras, o morango que comemos é uma estrutura composta e não uma fruta verdadeira.
A importância da classificação botânica
Essas diferenças de classificação não mudam o valor nutricional e os benefícios desses alimentos, mas ajudam a entender a complexidade das plantas e como elas se adaptaram para espalhar suas sementes de maneiras diferentes.
Além disso, perceber que abacaxi, maçã e morango não são frutas verdadeiras nos lembra de que o mundo natural tem regras próprias e específicas.
Muitas vezes, o que parece óbvio para nós segue uma lógica complexa para a ciência. A botânica usa critérios que vão além do sabor ou da aparência dos alimentos, revelando uma riqueza de detalhes e adaptabilidade nas plantas que consumimos diariamente.