Na América do Sul, o Supremo Tribunal Federal brasileiro se destaca pelo elevado salário de seus ministros. Com uma remuneração que equivale a 2.280% da média nacional, eles ocupam o segundo lugar na lista de desigualdade salarial na região. Apenas o Peru apresenta uma disparidade maior, com 2.788%.
Atualmente, os ministros do STF recebem R$ 44.000 mensalmente, contrastando com a média salarial de R$ 1.848 dos brasileiros. Esse valor não só acentua a desigualdade interna, mas também posiciona o salário dos ministros brasileiros como um dos mais elevados entre seus pares sul-americanos.
Até 2025, o salário desses magistrados deve aumentar para R$ 46.300, ampliando ainda mais essa diferença. Saiba mais a seguir!
Os ministros do STF ganham 2 mil vezes mais que a população do Brasil em geral – Imagem: Agência Brasil/Reprodução
Comparação com países vizinhos
O estudo, realizado pelo Poder360, analisou 10 dos 12 países da região. Venezuela e Equador não foram incluídos devido à indisponibilidade de dados.
No Peru, a diferença é mais acentuada, com ministros recebendo 43.220 sóis peruanos (R$ 64.837) contra uma média nacional de 1.496 sóis (R$ 2.245).
Ranking salarial dos magistrados
País | Salário (em R$) |
---|---|
Chile | 81.630 |
Uruguai | 65.838 |
Peru | 64.837 |
Brasil | 44.000 |
Custos adicionais do judiciário brasileiro
Além das remunerações, o Judiciário brasileiro é notoriamente caro em comparação global. Conforme um levantamento do Tesouro Nacional, divulgado em janeiro, o Brasil destina 1,6% do seu PIB para este poder, sendo a média mundial de apenas 0,37%.
Apesar das críticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em fevereiro que tais salários são “baixos” para a relevância da função.
De fato, os magistrados do STF recebem valores superiores à média do 1% mais rico do país. Porém, isso não muda o fato de que os proventos da classe são muito superiores aos dos pagadores de impostos.
A disparidade salarial dos ministros do STF em comparação à média nacional ressalta a desigualdade existente no Brasil. Essa situação suscita discussões sobre economia, justiça social e peso das despesas governamentais, especialmente em um contexto de crescentes desafios econômicos.
*Com informações de Poder360.