Reclamar o tempo todo pode prejudicar seu cérebro; entenda por quê

Reclamar parece inofensivo, mas estudos indicam que pode afetar o cérebro e a saúde. Descubra os riscos e como evitar esse hábito.



Você já parou para pensar em quanto tempo passa reclamando ao longo do dia? Pode ser sobre o trânsito, o clima ou até algo que viu nas redes sociais. Reclamar pode parecer um simples desabafo, mas será que essa prática tão comum não esconde um impacto maior?

Embora reclamar seja visto como algo inofensivo e até libertador, estudos mostram que esse hábito frequente pode estar afetando nossa saúde de maneiras que não percebemos.

Sobretudo em um mundo cada vez mais exigente, a prática tem consequências que vão além do momento em que a queixa é feita. As informações são do The Clinic.

Reclamações são frequentes no cotidiano

Reclamações são comuns em ambientes tóxicos, seja no trabalho ou em casa. Foto: (KatarzynaBialasiewicz / Getty Images)

Pesquisas indicam que a maioria das pessoas reclama pelo menos uma vez por minuto em conversas típicas. Em média, são de 15 a 30 queixas por dia – uma frequência que pode parecer inofensiva, mas que reflete um contexto social onde a pressão por felicidade e sucesso é constante.

Segundo Fernando Urra, acadêmico da Faculdade de Psicologia da Universidade de Los Andes, o aumento das reclamações tem relação direta com as exigências sociais.

“A queixa, que poderíamos chamar de permanente, parece ter se acentuado porque vários fatores se unem. O primeiro é um sistema social percebido como mais exigente. Os objetivos de se sentir feliz, contente, satisfeito são muito elevados em termos de exigências econômicas, por exemplo. Os objetivos de se sentir satisfeito em termos emocionais também são muito complexos”, comenta Urra.

Danos ao cérebro por reclamar tanto

Estudos da Universidade de Stanford revelam que, ao nos expormos a queixas por 30 minutos ou mais, o cérebro libera cortisol e adrenalina – hormônios do estresse que podem afetar o humor e a capacidade cognitiva.

Além disso, os chamados neurônios-espelho, responsáveis por imitar as emoções das pessoas ao nosso redor, amplificam esses efeitos, tanto em quem reclama quanto em quem escuta.

O hipocampo, parte do cérebro usada para resolver problemas, sofre uma redução em sua atividade. Isso faz com que o hábito de reclamar leve a dificuldades para lidar com desafios e contribua para um declínio gradual do desempenho mental ao longo do tempo.

Como reduzir as queixas e cultivar o equilíbrio emocional

Para combater os efeitos nocivos das reclamações, é importante mudar a forma como reagimos aos desafios. Técnicas como a meditação, a prática da gratidão e a busca por soluções ao invés de apenas identificar problemas podem ajudar.

Ao invés de reclamar, pergunte-se: “O que posso fazer para mudar essa situação?”. Adotar uma abordagem mais construtiva não só melhora o bem-estar emocional, como também reduz os impactos negativos na saúde mental. Afinal, cuidar da mente é essencial para enfrentar as exigências do dia a dia.

Outras formas de lidar com a reclamação incluem praticar a auto-observação e identificar os gatilhos que levam ao hábito. Ao perceber o momento em que uma queixa surge, tente reformular o pensamento: transforme o problema em uma oportunidade de aprendizado ou ação.

Por fim, substituir o hábito de reclamar por atitudes mais positivas é um passo essencial para construir uma vida emocionalmente equilibrada e saudável.




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