Você sai do carro, vai fechar a porta e – zap! – sente aquele pequeno choque incômodo. A sensação é rápida, mas desagradável, e acontece com mais frequência do que se imagina. Em dias secos, parece até que o carro virou um gerador de eletricidade. Mas afinal, por que isso acontece?
A resposta está na eletricidade estática, um fenômeno que ocorre quando cargas elétricas se acumulam no corpo sem um meio adequado para dissipação.
Esse efeito é comum em objetos do dia a dia e pode ser notado ao tocar maçanetas, mexer em tecidos sintéticos ou até ao pentear os cabelos em determinados ambientes.
A eletricidade estática e o contato com o carro

A eletricidade estática é gerada pelo atrito entre materiais diferentes, um efeito conhecido como triboeletricidade. No carro, o movimento do corpo contra os bancos, principalmente se forem de tecido sintético, faz com que elétrons sejam transferidos entre as superfícies.
Quanto maior o atrito, maior será o acúmulo de cargas elétricas. Consequentemente, ao tocar na porta metálica do carro, essa carga é descarregada de forma instantânea, causando o choque.
Além dos bancos, os calçados também influenciam no acúmulo de eletricidade estática. Solas de borracha, comuns na maioria dos sapatos, impedem que a carga acumulada no corpo se dissipe naturalmente para o solo. Assim, ao sair do carro e tocar na lataria, essa carga é liberada de uma vez, resultando na sensação de choque.
O efeito é ainda mais perceptível em dias secos, quando há menos umidade no ar para dispersar as cargas elétricas. Em regiões úmidas, as moléculas de água presentes na atmosfera atuam como condutoras, ajudando a dissipar as cargas de forma gradual.
Isso explica por que em dias chuvosos o problema praticamente desaparece, enquanto em tempos de clima seco os choques se tornam mais frequentes.
Como evitar o choque
Embora a eletricidade estática seja um fenômeno natural, há maneiras de evitar os choques desagradáveis ao sair do carro. Uma das formas mais eficazes é tocar na lataria antes de descer completamente.
Se você encostar na parte metálica enquanto ainda está sentado, a carga elétrica é dissipada aos poucos, evitando a descarga repentina ao fechar a porta.
Outra alternativa é mudar pequenos hábitos no vestuário e no uso do carro. Tecidos sintéticos, como poliéster e nylon, geram mais eletricidade estática do que fibras naturais, como algodão. Optar por roupas de algodão reduz a carga acumulada no corpo.
Da mesma forma, calçados com solado de couro ajudam a descarregar a eletricidade com mais eficiência do que os de borracha, permitindo uma dissipação gradual da carga ao longo do dia.
Produtos antiestáticos também podem ser uma solução, especialmente para quem enfrenta esse problema com frequência. Sprays específicos ajudam a neutralizar cargas elétricas em bancos de carro e roupas, diminuindo a incidência dos choques.
Além disso, manter a pele hidratada é outra medida eficaz, já que a pele seca intensifica a retenção de eletricidade, tornando o efeito da descarga mais perceptível.