Quem pede demissão pode sacar o FGTS? Confira projeto em pauta no Senado 

Projeto de Lei que está em pauta nessa semana no Senado Federal pretende liberar saque do FGTS para quem pede demissão. Confira detalhes.



Está em pauta no Senado Federal um Projeto de Lei que pretende liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quem pedir demissão. Atualmente, só podem resgatar o fundo, os trabalhadores demitidos sem justa causa, ou então cotistas que se enquadram em casos específicos, como aposentadoria, doença grave, desastre natural e compra ou amortização da casa própria. 

A senadora Rose de Freitas, do partido Podemos-ES, é a autora do Projeto de Lei (PLS 392/2016). Na justificativa do documento ela argumenta que “quando o empregado pede demissão, os saldos ficam retidos, com atualização monetária insuficiente e em benefício do sistema financeiro que sustenta, entre outras, as políticas habitacionais”. Dessa forma, a senadora  considera que o tratamento diferenciado entre empregado e empregador nessa relação é “injusto”.

Governo Bolsonaro quer flexibilizar saque do FGTS

Uma facilitação do saque do FGTS também é estudado pelo governo de Jair Bolsonaro. Contudo, a proposta do Ministério da Economia não parece ser uma liberação tão abrangente quanto a medida defendida pela senadora Rose de Freitas.

No fim de maio, o ministro da Economia, Paulo Guedes,  afirmou que poderia liberar o saque do PIS/Pasep e de contas ativas e inativas do FGTS depois que as reformas, como a da Previdência, forem aprovadas. O objetivo da medida é impulsionar a economia do país. Guedes, no entanto, não fez referência à liberação total dos saques das contas ativas do FGTS. Por ora, parece mais provável a autorização para o resgate de parte desse montante.

Embora beneficie o trabalhador, uma eventual liberação indiscriminada dos saques pode causar um impacto considerável sobre o setor da construção civil, que sempre resiste a iniciativas como essas, pois utiliza recursos do FGTS como forma de financiamento.

Durante o governo de Michel Temer, no fim de 2016, os recursos das contas inativas do FGTS foram liberados para saque. Em 2017, 25,9 milhões de trabalhadores puderam realizar resgatar o dinheiro do fundo. O valor chegou a um total de R$ 44,4 bilhões que estavam parados nas contas e foram depositados até o fim de 2015.

Uma nova rodada de saques de contas inativas também já foi considerada pelo governo Bolsonaro, bem como a melhora da rentabilidade do recurso. O Fundo de Garantia rende apenas 3% ao ano, menos que a poupança, por exemplo,  e com frequência perde para a inflação.

Veja também:  Caixa disponibiliza cartão de crédito para negativados no SPC/Serasa

Quando quem pedir demissão poderá sacar o FGTS?  

O projeto de lei que deve ser analisado pelo Senado tramita desde 2016 e já foi colocado na ordem do dia várias vezes, porém não foi analisado. Mesmo que a proposta seja aprovada no Senado, o que deve acontecer ainda nesta primeira semana de julho, ele não valerá de imediato.

Após aprovação dos senadores, a matéria precisa ser apreciada pela Câmara dos Deputados. Caso os deputados modifiquem a proposta, ela volta para o Senado, e só depois disso é encaminhada para a sanção presidencial, para que Bolsonaro possa aprovar o projeto, só partir daí  o documento terá força de lei e os empregados que pedirem demissão poderão sacar o FGTS.

Veja também: Quando é permitido sacar o FGTS da Caixa?




Veja mais sobre

Voltar ao topo

Deixe um comentário