A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido contábil de R$ 4,212 bilhões no segundo trimestre. O número representa crescimento de 7,4%, se comparado com o mesmo período do ano passado, R$3,464 bilhões. O lucro recorrente também aumentou 3%, para R$ 3,704 bilhões.
No 1º semestre de 2019, o banco estatal obteve lucro líquido contábil de R$ 8,1 bilhões. O valor corresponde a um crescimento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os números constantes do sistema IFData, do Banco Central (Bacen), divulgados na véspera, mostram lucro de R$ 3,91 bilhões no segundo trimestre.
A discrepância em relação aos resultados oficiais se justifica pelo fato do Bacen adotar o o critério de conglomerado prudencial, enquanto o banco consolida seus números levando outros itens em consideração, entre eles a participação na Caixa Seguridade, na CaixaPar e na Caixa Loterias, conforme informações do Valor Online.
Esse resultado veio, sobretudo, do crescimento da margem financeira, que totalizou R$ 14,092 bilhões, alta de 12,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
As despesas com provisões para devedores duvidosos, contudo, subiram 1,7%, para R$ 3,397 bilhões. Outro ponto que contribuiu para o resultado foi a queda de 6,2% nas despesas administrativas, para R$ 2,799 bilhões.
Economia com publicidade foi anunciada em junho
De acordo com informações fornecidas pela Caixa ao G1, houve queda em gastos com publicidade e propaganda e com promoções. No semestre, o banco informou ter economizado mais de R$ 176 milhões em despesas com contratos de propaganda, publicidade e patrocínio, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em junho, o presidente da estatal, Pedro Guimarães, afirmou que a redução de gastos com publicidade e patrocínio seria de 98%. Em 2018, as despesas na área chegaram a R$ 1,1 bilhão.
Por outro lado, as despesas com pessoal cresceram abaixo da inflação, aumentando 2,5%, para R$ 5,082 bilhões. A receita de prestação de serviços registrou estabilidade, ficando em R$ 6,637 bilhões.
O lucro da Caixa no 2º trimestre ultrapassou o do Banco do Brasil, que obteve no período ganhos de R$ 4,207 bilhões.
Termômetro de rentabilidade dos bancos, o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE), ficou em 15,6% em junho, uma redução de 2,3 p.p. na comparação anual.
Carteira de crédito recua
A Caixa finalizou o semestre com R$ 682,445 bilhões em sua carteira de crédito ampla, o que representa queda de 0,5% em três meses e de 1,9% em 12 meses.
A retração veio especialmente da carteira de crédito a pessoas jurídicas, que somava R$ 42,302 bilhões no fim de junho, queda de 9,4% no trimestre e de 30,7% em um ano, de acordo com informações do Valor Online.
A carteira de pessoa física teve queda de 0,4% e 7,9%, respectivamente, para R$ 80,705 bilhões. Porém, o estoque de financiamentos à habitação, principal modalidade da Caixa, cresceu.
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O saldo era de R$ 452,279 bilhões no fim de junho, alta de 1,1% no trimestre e de 3,6% em 12 meses. A Caixa continua líder no mercado de crédito imobiliário, com o ganho de 0,3 p.p. frente a junho de 2018, totalizando 69% de participação.
No 2º trimestre, a estatal concedeu R$93,5 bilhões em crédito imobiliário, uma alta de 12,3% em relação ao 1º trimestre e crescimento de 7,1% na comparação anual.
A carteira de infraestrutura, por sua vez, recuou 0,2% no trimestre e cresceu 1,2% em um ano, para R$ 83,570 bilhões. A inadimplência da carteira ficou em 2,46%, o que representa queda de 0,01 ponto percentual em relação a março e 0,04 ponto frente a junho de 2018.
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Venda de ações da Petrobras e segmento Loterias
O banco levantou R$ 7,3 bilhões com a venda de ações da Petrobras em junho. Em 2019, a Caixa devolveu ao Tesouro R$ 10,35 bilhões em instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD).
Desse total, R$ 3 bilhões foram transferidos em julho e outros R$ 7,35 bilhões esperam pela autorização do Bacen, por isso não há efeito ainda na base de capital até junho.
O segmento Loterias Caixa, por sua vez, arrecadou R$ 4,8 bilhões no 2º trimestre, valor 51,9% maior frente ao mesmo período do ano passado. Na comparação semestral, o avanço foi de 24,9% com arrecadação atingindo a marca de R$ 8,1 bilhões nos 6 primeiros meses do ano.
Com informações do G1 e Valor Online
