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Saiba o que é deflação e por que ela pode ser ruim para a economia

A queda vertiginosa de preços por um longo período pode parecer positiva à primeira vista, porém, as consequências podem ser piores se comparadas à inflação.



De forma resumida, deflação se refere à queda dos preços de bens e serviços na economia de um país. Lado contrário ao da inflação, onde ocorre o aumento, o fenômeno pode parecer positivo. No entanto, a longo prazo, é um sinal de que a economia está em maus lençóis.

Isso porque um processo de deflação prolongado indica que o país está em recessão. Nesse cenário, empresas acabam diminuindo os preços porque os consumidores não conseguem comprar. Ela pode acontecer tanto por um motivo específico ou durar anos, demonstrando que a economia está estagnada.

Em outros países, a deflação foi tratada como a maior vilã da economia. Momentos históricos, como o “crash” das bolsas de Nova York, em 1929 e Japão, na década de 80, são alguns desses exemplos.

Diferença entre inflação e deflação

O termo inflação é sem dúvida mais conhecido. Ele carrega a ideia de aumento generalizado dos preços de produtos comuns do dia a dia, nos setores de habitação, transporte, saúde, educação, alimentação e mais.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo ou IPCA é a ferramenta responsável por medir a inflação no país. Ela indica a variação dos preços de itens da chamada “cesta de produtos”, feita mensalmente e utilizada para definir a projeção da inflação de um modo geral. 

Nesse caso, se a inflação do mês for de 2%, entende-se que produtos incluídos na lista de essenciais também terão aumento equivalente. Assim, quando a taxa sobe, a população terá um gasto maior para comprar a mesma quantidade de produtos que consumia antes. 

Basicamente, ela gera a perda do poder de compra e a desvalorização do dinheiro. Mas apesar da alcunha de “vilã”, ela é parte fundamental da economia. Tê-la sob controle é sinal de que o país está indo bem.

Para deflação, como visto anteriormente, o processo é contrário, mas isso não indica que ele seja positivo. O episódio representa a queda nos preços de mercadorias em razão da falta de consumidores com poder de compra para adquiri-los.

Isso gera um aumento na taxa de desemprego e a consequente diminuição no nível geral de consumo. Produtos e serviços possuem alta oferta, mas sem demanda compatível, acabam fadados ao fracasso. Ocorre, portanto, um desequilíbrio na estrutura oferta x demanda.

Apesar de opostos, ambos continuam  sendo igualmente negativos. No entanto, boa parte dos economistas acredita que um cenário de inflação ou hiperinflação seja mais fácil de controlar se comparado ao de uma deflação. 

O que acontece é que os mecanismos de política econômica, como correção monetária, por exemplo, funcionam melhor em momentos de inflação. A exemplo, os acontecimentos que antecederam o surgimento do Plano Real em 1994.

O que pode levar a queda de preços?

Existem vários motivos que podem causar a queda nos preços. Entre eles, e o mais comum, é a recessão. Outra razão está no aumento da oferta, quando há um excedente de itens sem que haja pessoas dispostas a comprá-las, além da diminuição de moedas em circulação. 

Por quanto tempo os preços precisam cair para que haja uma deflação?

De acordo com economistas, uma deflação com duração mínima de 1 ano já é considerada um alerta para o surgimento de um déficit deflacionário. Mas para isso, a queda precisa ser generalizada, e não atingir apenas um só item. Além disso, precisa de uma sequência. Aquelas que duram apenas um mês ou outro, são apenas consideradas atípicas e não geram danos graves.

Quem é mais afetado com a deflação?

O correto afirmar é: não há ganhadores com a deflação. Nela, todo mundo perde. Contudo, o grupo de devedores acaba sendo o mais prejudicado, sobretudo aqueles que possuem dívidas a longo prazo. 

Se houve a queda dos preços, um imóvel financiado por 20 anos, por exemplo, ao final da última parcela, passará a valer bem menos do estimado. Além disso, o fenômeno faz com que bancos e financeiras deixem de empresar dinheiro e crédito, o que acaba gerando pouca movimentação econômica.

É possível combater a deflação?

Para combater a deflação, a melhor maneira é emitir moeda e colocar mais dinheiro em circulação. Isso fará com que os índices inflacionários subam consideravelmente. Outra dica, é reduzir a taxa de juros no intuito de reativar o consumo. 

Um exemplo foram as ações de recuperação da economia pós-queda na bolsa de valores de Nova York. Com o início da Segunda Guerra Mundial, os setores da indústria e produção receberam investimentos para a produção de itens de guerra. Houve também um aumento na emissão de moeda, que possibilitou a recuperação econômica.

E a hiperinflação, o que é?

Como o nome sugere, a hiperinflação indica um cenário de inflação exacerbado, ou seja, e, que há o descontrole dos preços e a desvalorização acentuada da moeda rapidamente. Aqui, os consumidores também tem o poder de compra reduzido. 

De modo geral, esse cenário é acompanhado por um momento de recessão. Um exemplo de hiperinflação recente na América Latina é a crise que ocorreu na Venezuela. Em 2019, ela fez estragos na economia e atingiu 9,585% . Para se ter uma ideia, o preço dos alimentos aumentou 80 vezes de valor no período de um ano. 

Veja também: Plano Real: Descubra o que foi e como acabou com a hiperinflação




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