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Aposentadorias deverão agravar déficit da área administrativa da PF

Sem reposição de servidores administrativos há mais de cinco anos, Polícia Federal deve solicitar novo concurso para 2 mil vagas, inclusive, de nível médio.



Com um déficit em torno de 5 mil servidores, a situação de vacância na área administrativa da Polícia Federal (PF) pode ficar ainda pior. O último concurso para reposição de pessoal foi realizado há mais de cinco anos.

Preocupada com o cenário, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) realizou um estudo aprofundando sobre a carência na área de apoio. O intuito é justamente mostrar à corporação que um pedido de concurso para a área é inadiável.

Em entrevista ao site Folha Dirigida, o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, falou sobre a situação deficitária do quadro de servidores da PF.

“Temos ampla necessidade de reposição de servidores administrativos nas unidades onde são executadas atividades de controle e fiscalização, como portos, aeroportos e fronteiras. Além disso, também nas delegacias, onde há múltiplas demandas nos setores de controle de produtos químicos e de segurança privada, passaporte e imigração, bem como do trabalho essencial desses profissionais nos setores de logística, contratos, telecomunicações e de recursos humanos”, disse Boudens à Folha Dirigida.

O presidente da Fenapef salientou ainda que a área de apoio, também chamada de atividade-meio não é menos importante do que a atividade-fim do órgão, ou seja, os policiais federais. Ele frisou que sem esse profissionais a corporação “poderia parar ou reduzir drasticamente o fluxo de operações regulares”.

Em relação a aposentadorias, Boudens diz que dos cerca de 3 mil servidores administrativos da Polícia Federal que estão na ativa, 679 já reúnem condições para entrar com pedido de aposentadoria.

“Em um cenário de reforma da Previdência, é muito provável que as aposentadorias ocorram em massa e o quadro, que já é reduzido, seja esvaziado de forma a comprometer a boa prestação de serviços pela PF”, disse.

Concurso agente administrativo PF

O presidente da Fenapef já havia informado que a entidade estava em fase de finalização de um estudo com dados sobre a vacância de postos da área de apoio da PF. A finalidade do levantamento é que a corporação solicite, junto ao Ministério da Economia, autorização para realizar novo concurso público para a área administrativa.

De acordo com Boudens, será solicitada a contratação de mais 2 mil oficiais de Polícia Federal, em funções da área de apoio. Entre eles, está o cargo de agente administrativo. A investidura na carreira requer apenas ensino médio. O vencimento inicial fica em R$ 4.710,76, incluindo auxílio-alimentação de R$ 458,00.

A necessidade de reposição de servidores de nível médio da PF também foi apontada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. Na última semana, por meio de sua conta no Twitter, o parlamentar, que é policial federal de carreira, defendeu a contração de mais agentes administrativos para a corporação.

Veja também: Eduardo Bolsonaro solicita a contratação de novos Agentes Administrativos da PF

Segundo Bolsonaro, os servidores da área podem ser direcionados às tarefas de fiscalização e controle, para que os policiais se dediquem apenas às investigações. Inclusive, foi levantada a possibilidade de que o parlamentar leve essa demanda ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

Vale frisar que com o decreto com novas regras para concursos federais, a PF passa a ser independente para realizar certames. Isso quer dizer que a partir do momento em que o decreto entrar em vigor a corporação não mais dependerá de aval do Ministério da Economia.

Último concurso para a área de apoio ocorreu em 2013

O certame divulgado em 2013 trouxe 566 vagas para a área de apoio. Dessas, 534 foram voltadas para o cargo de agente administrativo. Conforme mencionado anteriormente, a escolaridade mínima para a carreira é nível médio.

Para graduados, houve oportunidades nos seguintes cargos:

  • Contador;
  • Arquivista;
  • Engenheiro Civil;
  • Engenheiro Eletricista;
  • Engenheiro Mecânico;
  • Psicólogo;
  • Assistente Social;
  • Administrador.

A banca organizadora responsável pelo certame foi o Cebraspe. Os concorrentes foram avaliados por meio de prova objetiva. O exame foi constituído por 120 questões de Conhecimentos Básicos e Específicos. Além disso, inscritos para postos de nível superior foram submetidos a exame discursivo. Ambas tiveram caráter eliminatório e classificatório.

Dos 324.497 inscritos, 318.832 concorrem às vagas de nível médio. Os aprovados foram lotados no Distrito Federal e em todos os estados brasileiros.




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