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“Skiplagging”: Truque que permite compras de passagens aéreas por um menor preço

A técnica conhecida como skiplagging permite que passageiros comprem passagens mais baratas para um mesmo destino. Saiba mais!



Devido ao alto valor das passagens aéreas, passageiros mais experientes vêm buscando novos meios para conseguir se deslocarem por um preço mais baixo. Esse é o caso dos passageiros que utilizam de uma técnica chamada “skiplagging” para conseguirem comprar passagens sem deixar de economizar.

O skiplagging funciona da seguinte forma: o passageiro deseja viajar para um destino x, porém a passagem é muito cara. Então, o consumidor compra a passagem para uma cidade y, com tarifa mais barata, que possua escala na cidade x. Assim, o passageiro desembarcará na cidade que deseja e não utilizará o ultimo trajeto da compra.

Vale lembrar que a prática só é possível caso o passageiro viaje apenas com bagagem de mão, visto que a mala despachada é retirada somente no destino final. Dessa forma, não há prejuízos para o consumidor, já que o valor da tarifa completa se demonstrou menor do que o valor da passagem direta para o destino desejado.

A distância não interfere no valor da passagem

Muitos consumidores se perguntam: Como a passagem sairá mais barata se a distância será maior? E para responder essa pergunta, o fundador da empresa de consultoria de viagens Atmosphere Research, Henry Harteveldt, explica como funciona a decisão do tarifário de passagens aéreas.

Assim, Harteveldt esclarece que o valor das passagens aéreas são definidas de acordo com os concorrentes que a companhia possui. Ou seja, se uma certa companhia aérea tiver um concorrente com a tarifa menor, ela equipará seu preço com o de seu concorrente. Caso isso não ocorra, cobrará um ágio.

Dessa forma, é possível explicar o porquê determinadas companhias possuem passagens mais baratas em alguns mercados e em outros não. Já Peter Belobaba, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), afirma que rotas empresariais costumam possuir um tarifário mais alto que rotas de lazer.

Portanto, selecionar um percurso maior que passe por seu destino desejado, não significa que necessariamente sua passagem será mais cara do que ir diretamente para sua cidade destino.

Um exemplo para esclarecer: suponhamos que um passageiro deseje sair de Boston para Houston. Porém, a tarifa cobrada pelo voo direto é muito alta. Então, o passageiro compra uma passagem de Boston para Las Vegas com escala em Houston, visto que o valor é menor do que a primeira opção. Assim, ele desembarcará em Houston e não utilizará o percurso até Las Vegas.

Este exemplo se encaixa na explicação de Peter Belobaba, já que a rota Boston-Las Vegas é uma rota de lazer e a rota Boston-Houston é uma rota comumente utilizada pelo mercado empresarial.

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Impacto para as Companhias Aéreas

A prática do “skiplagging” se tornou mais conhecida no início deste ano, quando a companhia Lufthansa decidiu processar, sem sucesso, um passageiro que economizou ao realizar a prática. Entretanto, o diretor da empresa de pesquisa em aviação Air Intelligence, Tony Webber, afirma que o processo aplicado pela Lufthansa é uma prática assustadora.

Webber ainda afirma que o skiplagging impacta o lucro gerado para a companhia, visto que se a compra tivesse sido feita para o vôo direto, a tarifa provavelmente seria maior. Porém, também explica que o skiplagging se torna compreensível devido as altas tarifas cobradas pelas companhias, fato que condiciona a ação dos passageiros.

Além disso, é de conhecimento dos especialistas que as companhias aéreas praticam o overbooking. Ou seja, há uma venda maior de passagens do que a quantidade de assentos disponíveis, já que a companhia subentende que alguns passageiros não comparecerão ao voo. Esse fato faz com que as empresas não diminuam seu lucro, pelo contrário.

Dilemas presentes no Skiplagging

Muito se questiona acerca dos lucros recebidos pela companhia em relação a prática do Skiplagging. Entretanto, há quem questione o motivo dado pelas empresas, já que a companhia aérea vendeu o assento por um determinado valor e recebeu essa quantia, independente da viagem ter sido completada ou não.

Além disso, o consumidor não é obrigado a utilizar o produto que comprou, já que a obrigação de pagar pela compra foi realizada. Porém, é comum que os contratos firmados entre a empresa e o consumidor durante a compra da passagem, muitas vezes proíbem a prática de não finalizar o percurso da viagem e desembarcar nas cidades de escalas.

Dessa forma, a companhia pode tomar algumas medidas caso o cliente seja pego realizando essa ação. Uma das medidas é ser abordado por um segurança no portão de embarque, além da empresa poder compartilhar o nome do passageiro que realizar essa prática e bani-lo em futuros voos.

Assim, vale pensar se a economia vale o risco, visto que se o passageiro for pego, comprar uma passagem de última hora pode sair mais caro do que a economia realizada com a prática do skiplagging.




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