Pela primeira vez na história, o dólar chegou a R$ 5,30. O aumento, em grande parte, se deve à pandemia do coronavírus, anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o salto registrado, o avanço no ano chega a quase 22%. Na semana, o dólar acumulou até o leilão de com alta de 1,88%.
Às 13h22 de quarta, dia 11, a moeda subia 3,27%, a R$ 4,8760. Na véspera, encerrou o dia a R$ 4,7215, em alta de 1,65%. Nesta quinta, às 9h06 chegou em R$ 5,0280. De acordo com a análise parcial do mês, o avanço representa 5,37%. Para 2020, a alta chega a 17,75%.
Ainda a quarta-feira, o Banco Central (BC) anunciou o leilão de US$ 2,5 bilhões para esta quinta. A tentativa é conter a alta da moeda norte-americana. Após a tomada da decisão, o dólar recuou e chegou a R$ 4,9161, às 10h. O aumento fez com que houvesse o cancelando do anúncio inicial de venda de até 1,5 bilhão.
Em contrapartida, nesta quinta, o dólar de turismo já estava sendo negociado a R$ 5,0936, sem considerar a cobrança do IOF. Nas casas de câmbio, a moeda bateu na casa de R$ 5,10. A cotação para compra em cartão pré-pago supera o valor de R$ 5,30.
Queda nas bolsas brasileiras
A bolsa brasileira abriu a manhã do dia 12 em forte queda e anunciou um novo circuit breaker, o terceiro realizado na semana. As ações, por exemplo, iniciaram em 85 mil pontos e, em menos de 20 minutos, registrou queda de 11,65%. Por consequência, chegaram a 75,2 mil pontos.
Na quarta, com o acionamento do circuit breaker, o dia fecou com queda registrada próxima aos 8%. Na segunda-feira, dia 9 de março, a baixa passou de 12%.
O Circuit Breaker é um mecanismo utilizado pela Bolsa de Valores para que, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado como esses, seja feito um amortecimento e rebalanceamento das atividades de compra e vendas de ações.
Portanto, ele opera como um escudo anti-volatilidade excessiva em momentos atípicos. Sua ativação é feita por meio da interrupção por 30 minutos todos os negócios na bolsa. Isso quando o Ibovespa atinge um limite de baixa de 10% em relação ao índice de fechamento do dia anterior.
Impacto do mundo
Além da classificação do coronavírus como pandemia colocar todos os países em estado de alerta, os Estados Unidos suspenderam os voos entre o país e a Europa. Todos esses fatores colaboram para insegurança financeira a nível global.
Na Ásia, por exemplo, as bolsas fecharam a quarta com queda generalizada. O índice Xangai composto, da China, fechou em -1,52%, já o Shenzhen Composto em -2,20%.
De acordo com comunicado do Conselho Estatal, a China irá implantar medidas para reduzir compulsórios bancários. O mesmo foi feito em janeiro para impulsionar o crédito a pequenas e médias empresas que tiveram as atividades afetadas pelo coronavírus.
As bolsas asiáticas desde o início do ano registram baixa. Em fevereiro, o Xangai Composto teve queda de 7,72%. O tombo do Shenzhen Composto foi ainda maior, de 8,41%, a 1.609,00 pontos.
Na Europa, o cenário também é de queda e incerteza. Os mercados do continente têm registrado perdas significativas nos primeiros momentos do pregão do dia 12.
Às 7h38, o índice FTSEEurofirst 300 registou queda de 5,85%, a 1.225 pontos. Já o pan-europeu STOXX 600 perdia 6%, a 313 pontos. O STOXX 600, por sua vez, amplia as perdas pelo sexto dia consecutivo.
As ações de viagem e lazer já registraram queda de 9,9%, o índice é menor desde 2013. O setor agora até agora já perdeu mais de um quarto de seu valor. Air France KLM, Lufthansa e IAG têm perdas entre 11,4% e 13,5%.
Para as próximos horas, é esperado que o Banco Central Europeu (BCE) aplique medidas de estímulos em reação ao coronavírus.
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