Financiar um imóvel próprio ficou mais fácil e barato. Isso agora é possível devido a queda na taxa de juros nos investimentos, em 0,5 ponto percentual, e a Selic no patamar recorde de 4,25% ao ano. Com esses índices, até pessoas que estão pagando altos juros de contratos antigos podem renegociar suas dívidas e reduzir as parcelas.
Neste segundo caso, os compradores possuem uma garantia, prevista em lei, que é a portabilidade bancária. Por meio dela, é possível trocar a conta-salário e migrar todas as linhas de crédito, inclusive o financiamento imobiliário.
Em alguns casos, a despesa financeira pode ser cortada pela metade. No entanto, essa portabilidade pode ser vantajosa apenas quando se trata de modalidades de crédito com prazos longos, como o empréstimo imobiliário.
Atualmente, a média das taxas cobradas em novos financiamentos imobiliários está em 7% ao ano. Há cinco anos, o percentual era de 11%. No mês de novembro de 2019, o Banco Central registrou 486.959 pedidos de portabilidade efetivados.
Portabilidade bancária garante economia?
A resposta é sim! Por exemplo: em um financiamento imobiliário, no valor de R$ 450 mil, feito há dois anos, com prazo de 35 anos, e taxa de 11% ao ano, possui uma prestação de R$ 4.020,74, considerando apenas os juros.
Se fosse feita a portabilidade para um banco com taxa de 7% ao ano, o valor da parcela cairia para R$ 2.824,54. A diferença, portanto é de R$ 1.196,20 por mês.
Com essa mudança, a queda de 29,75% no valor da prestação pode gerar uma economia total de R$ 473.695, para os 33 anos restantes do financiamento.
Esse valor economizado pode ser utilizado para investimento em poupanças ou rendas de títulos ativos, como CDB.
Em janeiro de 2020, o rendimento mensal da poupança foi de 0,2588%. Com a Selic em 4,25% ao ano, essa correção pode ser de 70% da taxa.
Por outro lado, o CDB pode garantir uma rentabilidade de 0,37% ao mês, ou 4,55% ao ano. Esse valor também é equivalente a 70% da Selic. Dessa forma, para render é necessário mais que 0,37% ao mês.
Outra alternativa é o Tesouro Direto. Esse tipo de rentabilidade é considerada atualmente como uma das mais consistentes e seguras do mercado financeiro.
Quem mantém o título investido até a data do vencimento, pode garantir rendimentos em torno de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). De acordo com o último levantamento, o índice do TD está em torno de 6,34% ao ano.
Como solicitar portabilidade bancária?
Caso o investidor queira solicitar portabilidade no financiamento do imóvel deve, primeiro, pesquisar. Buscar informações, taxas e condições de vários bancos é necessário para atestar se a medida é viável para o tipo de negócio e se o banco oferece as condições ideais.
É possível buscar a informação de portabilidade diretamente no banco. No entanto, o Banco Central possui o detalhe de todas as taxas de financiamento imobiliário de cada instituição.
Após encontrar a melhor taxa e fornecer os documentos necessários para efetuar a portabilidade, o banco escolhido será responsável pelo restante.
Posteriormente, o banco de origem receberá a solicitação de portabilidade e poderá entrar com uma contraproposta. Isso poderá reduzir a taxa do financiamento ainda mais. A decisão final será sempre do investidor.
Confira também: Como declarar investimentos no Imposto de Renda 2020