Em nota divulgada à imprensa, nesta quinta-feira, 23, o Ministério da Cidadania informou que os trabalhadores que se cadastraram pelo aplicativo do auxílio emergencial entre os dias 07 e 10 de abril, e que ainda não foram aprovados, podem retornar à plataforma para a correção dos dados.
Representantes da pasta anunciaram que foi realizada uma nova atualização do aplicativo para ajudar nas revisões dos cadastros já realizados e também dos novos que virão. A nota ainda reforçou que todos que se encaixam nas regras de concessão, previstas em lei, irão receber.
Segunda parcela adiada
Após o anúncio da antecipação da segunda parcela do benefício para a quinta-feira, 23, representantes do governo recuaram da decisão na última hora. A justificativa foi a falta de verba para os pagamentos.
De acordo com o Ministério da Cidadania, o número de beneficiários será maior que o previsto e, nesse caso, será necessária a abertura de crédito suplementar para o pagamento adiantado da segunda parcela, prevista inicialmente para o dia 27 deste mês.
“Por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio-emergencial”, informou o governo.
E acrescentou:
“Após a definição da suplementação orçamentária a ser feita pelo Ministério da Economia, iremos completar o atendimento da primeira parcela e anunciar o calendário de pagamento da segunda parcela do Auxílio-Emergencial no mês de maio”.
Inicialmente, o recurso destinado para cada uma das três parcelas é de R$ 32,7 bilhões. Como informou o Ministério, já foram transferidos R$ 31,3 bilhões. No entanto, ainda restam cerca de 12 milhões de cadastros a serem avaliados para o recebimento da primeira parcela.
Outra ponto levantado para o recuo da antecipação é de que nem todos os trabalhadores com direito ao benefício receberam, até o momento, a primeira parcela. Demora na análise dos pedidos, atraso nos depósitos e problemas de acesso têm sido as reclamações mais comuns.
Bolsonaro afirma que não autorizou anúncio de antecipação
Nesta quinta-feira, 23, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) disse que o anúncio da antecipação da segunda parcela do auxílio, revogada posteriormente, aconteceu sem sua autorização.
A declaração aconteceu por meio de um comentário em sua rede social. Uma seguidora, ao afirmar que o governo tinha “cancelado” o auxílio, questionou como o povo iria “sobreviver” a essa situação. Em resposta, Bolsonaro declarou que “nada foi cancelado” e que “um ministro anunciou sem estar autorizado que iria antecipar a segunda parcela”.
O chefe do executivo completou dizendo ainda que “primeiro se deve pagar a todos a primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já que ultrapassou em quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será pago no planejado pela Caixa”.
O Ministério informou que já alertou a Controladoria Geral da União (CGU) acerca da questão orçamentária e que uma resolução sobre o pagamento da segunda parcela do benefício deve acontecer entre as próximas semanas.
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