O governo federal anunciou que não irá mais antecipar o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00 a informais, intermitentes, desempregados e microempreendedores informais. Segundo representantes do Ministério da Cidadania, faltam recursos para que a antecipação do benefício seja possível.
Em nota, foi informado que será preciso aprovar um crédito suplementar para a realização dos pagamentos. Isso porque as três parcelas exigirão, cada uma, cerca de R$ 32,7 bilhões dos cofres públicos.
Outra razão para o adiamento prematuro da segunda parcela tem como justificativa a demora nas análises da primeira parcela. Um contingente de 12 milhões de trabalhadores ainda não tiveram acesso à primeira rodada do benefício.
Bolsonaro afirma que anúncio foi feito sem sua autorização
O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) disse nesta quinta-feira, 23, que o anúncio da antecipação da segunda parcela do auxílio emergencial, que foi posteriormente revogada em nota do Ministério da Cidadania, foi feito sem sua autorização.
A fala do presidente aconteceu por meio de publicação em sua rede social, em que uma seguidora criticou o “cancelamento” do benefício e questionou sobre como o povo iria “sobreviver” sem o auxílio. Em resposta, Bolsonaro afirmou que “nada foi cancelado” e que o anúncio do pagamento antecipado aconteceu sem ter sido autorizado por ele.
“Primeiro se deve pagar a todos a primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já que ultrapassou em quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será pago no planejado pela Caixa”, concluiu o presidente em sua página no Facebook.
Ministério da Cidadania divulga nota explicando o cancelamento da antecipação
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 22, o Ministério da Cidadania justifica o cancelamento da antecipação. O cronograma de pagamento da segunda parcela, que tinha previsão de começar nesta quinta, 23, e seguir até a quarta-feira, 29, será reformulado e anunciado em maio.
Confira um trecho da nota divulgada.
“Tanto o Ministério da Cidadania quanto a Caixa manifestaram seu desejo de antecipar o pagamento da segunda parcela. No entanto, devido ao alto número de informais cadastrados e a determinação do governo em não deixar ninguém para trás, todas as expectativas foram superadas e tornou-se imperativo solicitar crédito suplementar para poder completar o atendimento a todos”.
Foi informado ainda que já foi solicitado junto ao Ministério da Economia a previsão de uma suplementação orçamentária para quanto antes. O órgão concluiu dizendo que, em razão de fatores legais e orçamentárias, associado ao alto número de requerentes que ainda estão em análise, a antecipação da segunda parcela do auxílio teve que ser cancelada.
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