O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo pretende prorrogar o pagamento do auxílio emergencial com um novo valor que seja um “meio-termo” entre os R$ 600 pagos atualmente e os R$ 200 mencionados pela equipe econômica.
A declaração foi dada na quarta-feira, 19, durante cerimônia na qual foram sancionadas as leis para medidas de crédito para auxiliar empresas durante a crise decorrente da pandemia da Covid-19.
De acordo com o presidente, o valor atual pesa muito para a União e pode acabar provocando um endividamento para o país. Quanto aos R$ 200 propostos pela Economia, Bolsonaro considera que “é pouco, mas dá para chegar no meio-termo”.
Desta forma, seria possível prorrogar o benefício pelo menos até o fim do ano, até que a situação volte à normalidade e os empregos formais e informais sejam retomados. O auxílio de R$ 600 reais está garantido por lei, com pagamentos até o fim deste mês.
Na mesma cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a prorrogação do auxílio está sendo estudada por sua equipe junto ao presidente. Segundo ele, a intenção do governo é fazer o máximo possível, com os recursos disponíveis, para estender o benefício.
Guedes também reforçou a necessidade de manter o teto de gastos, visto que há outras despesas obrigatórias no orçamento. Para ele, em determinado momento, o governo terá que recuperar o espaço dos investimentos públicos.
Transição para o Renda Brasil
Uma das sugestões de parlamentares para a questão da prorrogação do auxílio emergencial com novo valor é fazer uma transição para o Renda Brasil, novo programa social que pretende unificar o Bolsa Família, abono salarial, seguro-defeso e salário família.
A proposta consiste no pagamento de mais uma parcela do auxílio no valor atual de R$ 600, e outra de R$ 300. Assim, o benefício seria prorrogado por mais dois meses, e em seguida, o governo poderia dar início à transição para o novo programa.
No entanto, ainda não foram definidos maiores detalhes do Renda Brasil, que precisa da aprovação do Congresso para ser criado.
Ao tratar do assunto durante uma entrevista coletiva, o vice-presidente Hamilton Mourão reforçou que o governo não possui caixa. Desta forma, é necessário discutir o custo benefício, visto que a medida pode gerar uma dívida que deverá ser paga pelas próximas gerações.
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