O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o auxílio emergencial pode voltar em 2021. Guedes informou, entretanto, que o benefício só voltará a ser pago caso o Brasil seja atingido por uma nova onda da Covid-19. “Deixamos bem claro para todo mundo. Se houver uma segunda onda no Brasil, temos já os mecanismos. Digitalizamos 64 milhões de brasileiros. Sabemos quem são, onde estão e o que eles precisam para sobreviver”, destacou o ministro em teleconferência com a agência Bloomberg.
Segundo Guedes, os gastos ligados ao novo coronavírus representam hoje mais de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), mas ficariam em patamares menores caso houvesse um novo aumento da contaminação. “Se uma segunda onda nos atingir, aí iremos aumentar mais [os gastos]. Em vez de 8% do PIB, provavelmente [usaremos] desta vez metade disso. Porque podemos filtrar os excessos e certamente usar valores menores”, destacou o ministro.
Guedes revelou ainda que só serão feitos novos gastos se a Covid-19 demandar. De acordo com o ministro, o governo não usará a contaminação já em declínio como justificativa para novos gastos no Brasil. “O que definitivamente não faremos é usar a doença como desculpa para fazer movimentos políticos irresponsáveis”, afirmou.
Último pagamento será feito em dezembro
Em maio de 2020, o governo iniciou o pagamento das parcelas do auxílio emergencial no valor de R$ 600 visando ajudar os brasileiros de baixa renda, MEIs, autônomos, trabalhadores informais e desempregados durante a crise econômica provocada pela pandemia. Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a prorrogação do pagamento do benefício até dezembro, com valor reduzido para R$ 300. “Não é um valor o suficiente muitas vezes para todas as necessidades, mas basicamente atende. O valor definido agora há pouco é um pouco superior a 50% do valor do Bolsa Família. Então, decidimos aqui, até atendendo a economia em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo em R$ 300”, disse Bolsonaro.
Segundo Guedes, o benefício foi desenhado inicialmente com um valor menor para ser pago por um período maior, mas a classe política mudou os números. O ministro planejava que o auxílio emergencial fosse no valor de R$ 200, o Congresso cogitou R$ 300 e o presidente Jair Bolsonaro acabou ficando com a paternidade do valor, aumentando para R$ 600. Após cinco meses, o valor foi reajustado para R$ 300.
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