Com a proximidade do fim do programa de auxílio emergencial, e diante da imprevisibilidade do curso da pandemia no Brasil, muitos cidadãos estão preocupados com sua situação financeira a partir de 2021.
Para resolver o impasse, um grupo de parlamentares defende a ampliação do decreto de calamidade pública, que fica vigente até o dia 31 de dezembro de 2020. A proposta é ampliar o prazo por mais três meses, possibilitando uma nova prorrogação do auxílio emergencial de R$ 300. Assim, o benefício, que está garantido somente até o fim deste ano, poderia ser estendido até março de 2021.
A ideia de prorrogar do estado de calamidade, e consequentemente o auxílio emergencial, já havia sido discutida no início de outubro pela comissão mista que avalia os gastos no enfrentamento do coronavírus.
A proposta vem ganhando força entre parlamentares, embora o Governo rejeite esta possibilidade. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que faz parte da base aliada do governo e compõe a comissão da reforma tributária, é um dos que apoia a iniciativa. No entanto, ele admite que a medida não é prevista pelo governo.
“Eu acredito que vai se estender por pelo menos mais dois ou três meses, pelo menos no início do ano. Essa pandemia até o fim do ano não vai diminuir assim, e o decreto é o caminho”, afirmou.
Guedes nega prorrogação do auxílio até 2021
De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo não cogita estender o estado de calamidade e o auxílio emergencial até o ano que vem. No entanto, o chefe da pasta defendeu uma alternativa, que seria deixar um espaço para acionar um novo orçamento de guerra, caso uma segunda onda da pandemia ocorra no Brasil.
“Se a Covid voltar em 2021, é diferente. Mas é totalmente indesculpável usar uma doença para pedir estímulo artificial. Isso é uma fraude, é falso, é indesculpável, é má politica. É comprometer a futura geração por um ato covarde”, afirmou o ministro, reforçando que não deve ocorrer uma nova prorrogação.
“Não é nossa intenção, não é o que o presidente disse, não é o que o ministro quer de maneira alguma. Temos de ter responsabilidade pelo nosso Orçamento e mostrar que temos responsabilidade e força para pagar pela nossa própria guerra, e não deixar [a conta] para nossos filhos”, concluiu.
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