Nesta terça-feira, 26, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou que o governo possui compromisso com o teto de gastos e excluiu a possibilidade de medidas anticrise se tornarem permanentes. “No âmbito fiscal, manteremos firme o compromisso com a regra do teto de despesas como âncora da sustentabilidade e credibilidade econômica”, declarou o presidente em uma videoconferência promovida pelo banco Credit Suisse.
A fala do chefe do executivo acontece em meio às pressões políticas de renovação do auxílio emergencial, programa assistencialista pensado para reduzir os impactos financeiros da crise de coronavírus sobre a população que ficou sem renda durante a pandemia.
“Não vamos deixar que medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanente de despesas”, reafirmou. O principal argumento do governo para a não continuação da ajuda se justifica na falta de responsabilidade fiscal que a medida vai ocasionar, causando instabilidade econômica e gerando incertezas para investidores.
Atualmente, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta responder à pressão pela prorrogação do auxílio com a criação de alguma medida social que corresponda ao Orçamento, bem como a preservação do teto. A ideia é respeitar a regra que limita os gastos públicos sem a necessidade de criar um mecanismo emergencial pelo segundo ano consecutivo.
As discussões envolvendo um possível alongamento do auxílio emergencial ganharam força no final do ano passado, quando parlamentares passaram a defender a extensão por mais alguns meses da ajuda. O benefício, que teve o depósitos das últimas parcelas realizados em dezembro, segue agora com as liberações para saques e transferências de quem ainda possui saldo em conta.
Carteira de concessões e privatizações
Ainda durante videoconferência desta terça, o presidente falou ainda sobre a carteira de concessões e privatizações.
“Pretendemos acelerar os leilões de concessões e privatizações, em especial no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos, o PPI, que tem uma carteira de projetos estratégicos de longo prazo, baixo risco e com taxas de retorno atraentes e estáveis”, declarou Bolsonaro.
A ideia é acelerar o calendário de privatizações e dar prosseguimento às ações de aperfeiçoamento no ambiente dos negócios. Por fim, o chefe do executivo disse ainda entender os problemas estruturais da indústria brasileira e mundial atualmente.
Segundo ele, já existe um empenho em “realizar mudanças neste setor”. A fala ganha destaque no cenário atual, sobretudo após a Ford ter anunciado o fechamento de suas fábricas no país.
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