A agência reguladora da Rússia, Rosselkhoznadzor, anunciou nesta quarta-feira, 31, o registro da primeira vacina contra Covid-19 do mundo para animais, a Carnivac-Cov. Segundo o órgão, o antídoto é de vírus inativado e é capaz de proteger espécies vulneráveis, impedindo mutações virais.
Em outubro de 2020, iniciaram os ensaios clínicos com cachorros, gatos, raposas, mink e demais animais. De acordo com a agência reguladora russa, a Carnivac-Cov é recomendada para animais carnívoros.
Leia também: Nova cepa de gripe aviária é detectada em granjas da Inglaterra
“Os resultados dos estudos nos permitem concluir que a vacina é inofensiva e que é altamente imunogênica, pois os anticorpos para o coronavírus foram desenvolvidos em 100% dos casos”, disse o vice-chefe da agência reguladora russa, Konstantin Savenkov, em entrevista à Reuters.
Até o momento, a Rússia só registrou dois casos de coronavírus entre animais, todos eles gatos.
Mutação da Covid-19 em animais
A preocupação de transmissão do vírus entre humanos e animais já foi expressa pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em novembro do ano passado, Após descobrir que uma linhagem da Covid-19 havia sido transmitida de humanos para visons e a mutação do vírus ter infectado uma dezena de pessoas, a Dinamarca abateu os 17 milhões de visions dos criadouros.
“O vírus que sofreu mutação através dos visons poderia representar um risco de que futuras vacinas não funcionem como deveriam. É preciso sacrificar todos os visons”, afirmou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, na ocasião.
Vacina Sputnik V
Além da vacina para os animais, a Rússia também foi o primeira país do mundo a conseguir autorização do uso de uma vacina contra a Covid-19 em humanos. Isso aconteceu com a Sputnik V, em agosto de 2020.
O registro foi liberado quando a vacina estava na primeira fase de testes em humanos e não se tinha estudos sobre a sua eficácia. Em dezembro, o instituto russo de pesquisa Gamaleya anunciou que o imunizante possuía 91,6% de eficácia contra o coronavírus, de acordo com estudos preliminares divulgados na revista The Lancet.
Porém, a vacina russa para humanos ainda não foi autorizada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesta sexta-feira, 26, o órgão regulador recebeu um novo pedido de uso emergencial do antídoto.