Com o aumento de leilões realizados por bancos em 2020, cresceram também as ofertas de imóveis retomados no mercado. Cerca de 70% deles são propriedades da Caixa Econômica Federal que foram colocados à venda. Até aí nada novo. Mas o que de fato chama atenção são os descontos oferecidos.
Ao todo, são 11.952 imóveis retomados e postos para a aquisição por terceiros, a um desconto médio de 41%. Ainda sobre este quantitativo, 58,5% registram reduções entre 40% e 50%. O levantamento foi feito pela plataforma de venda de imóveis retomados Resale, em parceira com o BTG pactual. A divulgação das informações ficou a cargo da EXAME Invest.
Números da pesquisa
Em uma quadro relacionado aos resultados da pesquisa, descobriu-se que o valor médio dos imóveis chega a R$ 179 mil. Ademais, constatou-se que cerca 88% deles ainda estão ocupados. Casas e apartamentos lideram a lista de tipos de construções mais colocadas à venda, seguidos pelos lotes.
Dentre as regiões com mais imóveis retomados disponíveis para aquisição, destacam-se: Nordeste (36%), Sudeste (29%) e Centro-Oeste (22%). No caso das regiões Sul e Norte, os percentuais ficaram em 5% e 7%, respectivamente. Afunilando para os estados, lideram a lista Goiás, Minas Gerais e Maranhão, ocupando o primeiro, segundo e terceiro lugar.
Atenção na hora de comprar um imóvel retomado
Interessados em adquirir um imóvel retomado devem ter atenção. Isso porque, caso o objetivo seja morar imediatamente no imóvel recém-adquirido, é possível que ele ainda esteja ocupado. Neste caso, a dica é optar por unidades desocupadas, que correspondem atualmente 12% do total oferecido.
Segundo Marcelo Prata, fundador e CEO da Resale, um desconto entre 40% e 50% do valor de mercado pode cobrir o custo de uma desocupação tardia. “Esse processo tem ampla jurisprudência que dá ganho de causa ao novo proprietário. Contudo o tempo do processo varia de 90 dias a um ano, em média. Por isso é importante pedir a um advogado uma estimativa mais realista, dependendo da localização do imóvel, já que alguns tribunais costumam dar uma liminar imediata para desocupação da unidade, enquanto outros não”, declarou.
Ademais, é importante saber se existem eventuais ações judiciais sobre o bem. Com a ajuda de uma assessoria jurídica, o comprador deve verificar toda a documentação do imóvel para descobrir se terá de assumir alguma dívida no momento pós-compra.
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