5 erros cometidos por quem acha que cuida bem do carro

Embora o proprietário tenha boa intenção, alguns hábitos podem causar problemas e reduzir a vida útil do veículo.



Prolongar a vida útil de um veículo é possível seguindo as orientações recomendadas no manual e realizando as manutenções preventivas nos prazos corretos. Mas mesmo cheio de boas intenções, os proprietários podem cometer erros que podem causar problemas a médio e longo prazo.

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Conheça cinco práticas que reduzem a vida útil do automóvel e deixe de cometer esses deslizes agora mesmo.

1 – Trocar óleo só quando o manual manda

A orientação básica que consta nos manuais é que o óleo do motor e seu filtro precisam ser substituídos após o carro atingir uma certa quilometragem. No entanto, além da distância percorrida, o produto também tem uma data de validade a ser respeitada.

Após certo tempo, os componentes do óleo se degradam e sua capacidade lubrificante fica reduzida, o que aumenta o consumo, explica Erwin Franieck, mentor em engenharia avançada da SAE Brasil. O ideal é sempre seguir a recomendação do manual, mas também observar o prazo de validade do produto.

2 – Andar sempre com o motor frio

Rodar com o carro sempre em trajetos muito curtos, insuficientes para atingir a temperatura correta, desgasta o motor e aumenta o consumo de combustível. Isso porque o motor precisa atingir uma temperatura ideal para chegar às condições ideais de funcionamento e lubrificação.

“Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta mais desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que no entanto funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal”, afirma o especialista.

Segundo eles, os problemas na “fase fria” são ainda mais comuns em veículos abastecidos com etanol. “Em dias frios […] injeta-se mais combustível no arranque e a parte não queimada do etanol gera água como resíduo. Se o motor não esquentar adequadamente, a água não evapora e acaba contaminando o óleo, comprometendo sua performance”.

3 – Colocar água de torneira no radiador

É imprescindível verificar o nível do sistema de arrefecimento do motor com frequência, mas jamais use água da torneira para completar o que falta. Ela pode causar corrosão e entupimento de tubulações, dutos internos e bomba de água, bem como reduzir a temperatura de ebulição.

Segundo o manual, o proprietário deve usar água destilada ou desmineralizada combinada com a quantidade correta do aditivo recomendado pela montadora. Esse segundo componente é necessário para evitar corrosão e aumentar a ebulição do líquido de arrefecimento, diminuindo o risco do motor “ferver”.

“A percentagem do aditivo varia de acordo com o veículo. Alguns requerem colocar mais ou menos no reservatório. Siga sempre o que diz o manual”, explica o engenheiro Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.

4 – Abastecer com combustível de procedência duvidosa

Na ânsia de economizar, muitos condutores abastecem em qualquer lugar onde os preços estejam mais conta. Embora preço baixo não seja sinônimo de adulteração, é bom desconfiar de valores muito abaixo do praticado no mercado.

O especialista recomenda ao proprietário que dê preferência a postos conhecidos e sempre peça a nota fiscal da compra. As consequências do uso de gasolina “batizada” são graves, a exemplo de sérios danos ao motor e seus agregados.

“O solvente danifica componentes como dutos, vedações e peças emborrachadas, além causar a formação de depósitos no interior do propulsor. Etanol com mais água do que determina a especificação acelera a corrosão de itens e traz funcionamento irregular”, diz Franieck.

5 – Não amaciar o motor

O amaciamento do motor de carros novos continua sendo uma prática recomendada pela grande maioria das marcas. O manual do Renault Sandero, por exemplo, aconselha que o condutor “não ultrapasse 130 km/h na troca de marcha mais elevada ou 3.000 a 3.500 rpm” até completar “os primeiros 1.000 km”. Após essa marca, o carro começa a oferecer todo o desempenho prometido. 

Franieck lembra que os motores a combustão interna, apesar dos avanços tecnológicos, continuam precisando desse período de “amaciamento”. Segundo ele, isso não deve mudar tão cedo.

“A superfície de componentes metálicos internos de um motor novo apresenta rugosidade, ou seja, variações no relevo que não são as ideais. Isso vale para todo o trem de força, incluindo engrenagens, eixos e mancais, que precisam de quilometragem para atingirem esse assentamento natural”, completa.




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