A alta dos combustíveis fez o assunto “privatização da Petrobras” voltar com força total. O presidente Jair Bolsonaro (PL) já demonstrou o interesse em fatiar a companhia para privatizá-la em seguida. O mandatário também tem criticado com repetição o processo de distribuição dos dividendos da estatal aos seus acionistas.
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A companhia possui atualmente valor de mercado estimado em R$ 400 bilhões. Com isso, a venda de uma das maiores petrolíferas do mundo levanta diversas discussões. Será que a privatização da Petrobras resolverá o problema de alta nos preços dos combustíveis no país?
De acordo com especialistas, isso pode colocar a empresa em um novo patamar, com a subida das ações e a possibilidade de melhor governança. Entretanto, a questão relacionada aos combustíveis brasileiros ainda demanda um longo caminho.
O modelo de privatização mais adequado para a Petrobras é a de venda “em pedaços”, pois, desta forma, a companhia não necessita da aprovação do Congresso. A opção, para quem entende do assunto, é considerada mais segura em comparação ao caminho da privatização da estatal como um todo.
Quais os impactos causados pela privatização da Petrobras?
Os especialistas Elena Landau e Guilherme Affonso Ferreira declaram que, com a venda da Petrobras, a empresa terá acesso a mais investimentos e capital para investir em inovações do segmento petrolífero.
“Na mão do setor privado, talvez, a Petrobras tenha mais dinheiro para fazer investimentos na transição energética, assim como várias outras empresas de óleo e gás estão fazendo, compondo o seu portfólio com renováveis e com outras atividades de redução de carbono”, disse Landau.
Outro ponto de grande destaque tem a ver com a competição em termos de preço. Isso porque a privatização geraria uma maior competição de mercado, colocando um ponto final no monopólio da Petrobras sobre os setores nos quais ela atua, alterando assim o preço final dos combustíveis que chegam ao consumidor.
“As companhias que já estão envolvidas na distribuição de petróleo e gás e na transmissão de energia no Brasil querem e precisam se posicionar. Um regime de livre de competição, que resulta em acabar com monopólio da Petrobras, afeta todo mundo e essas empresas estão se posicionando bem”, declarou Ferreira.
Em suma, todo o setor se beneficiaria desse movimento de privatização, que retira o monopólio das mãos da empresa e estimula a competição mercadológica. Lembrando que já demonstraram interesse em adquirir uma fatia da Petrobras a Ultrapar, dona da Ipiranga, além da Cosan e sua controlada Raízen, que comandam a bandeira de postos Shell pelo Brasil.