O presidente da República, Jair Bolsonaro, se envolveu em uma nova polêmica recentemente. Ele é acusado de sancionar um aplicativo que pode colocar a segurança da privacidade do usuário em risco. Isso acontece quando o app solicita diversas permissões para acessar o dispositivo de quem o instala e abre. As informações foram divulgadas pelo portal The Intercept Brasil.
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De acordo com as informações, o app se chama Bolsonaro TV e já encontra-se disponível para download na AppStore e Play Store. A utilidade do software está em acompanhar as redes sociais de todos os integrantes da família Bolsonaro na política. Assim, o usuário consegue ter em apenas um local, acesso às publicações, fotos e textos dos “Bolsonaros”.
Aplicativo solicita permissões para acessar dados privados do usuário
A ferramenta digital estabelece um contrato de aceitação de termos de privacidade com Rogerio Cupti. Ele é o assessor do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair. O desenvolvimento do aplicativo está no nome de BolsoMidiaNaro.
De modo resumido, o funcionamento do programa busca unificar o acesso a todas as redes sociais da família. Ele inclui as publicações e conteúdos presentes no Twitter, Instagram, Facebook, Youtube e Telegram. Assim, quem usa o app pode compartilhar facilmente o material em suas próprias redes ou pelo whatsApp.
Solicitações de acesso são excessivas e ferem a LGPD
Segundo a análise publicada sobre o Bolsonaro TV, as solicitações de acesso são exageradas. O app é apenas um feed de notícias sobre os integrantes da família do presidente. Porém, ainda assim, ele pede acesso a diversas informações pessoais sem que haja real necessidade. Por exemplo, o aplicativo solicita acessar a localização por meio de GPS do usuário.
O programa também solicita acessar dados sobre navegação na internet e também pode impedir a suspensão do dispositivo, além de controlar a vibração. Como se não bastasse, o app pede para ter acesso a excluir todos os arquivos de armazenamento USB do aparelho.
Segundo o The Intercept Brasil, as solicitações chegam até a ferir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Nos termos consta a possibilidade de alteração do aplicativo sem qualquer aviso prévio. Ele ainda diz que não responsabilizará “Bolsonaro TV nem seus diretores, executivos, funcionários, afiliados, agentes, contratados ou licenciadores” por qualquer alteração.