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Gás ficará mais caro para os brasileiros após acordo entre EUA e Europa

Gás liquefeito (GNL) importado dos norteamericanos dobrou de preço e deve continuar caro pelos próximos anos.



Os preços do GNL (gás liquefeito) devem continuar altos pelos próximos seis anos após um acordo entre os Estados Unidos e a União Europeia. O negócio pode afetar o preço da energia elétrica no Brasil, já que as usinas termelétricas importam o combustível dos norteamericanos.

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Especialistas do setor acreditam que o GNL ficará na casa dos US$ 20 por milhão de BTU pelo menos até 2028. O patamar representa o dobro da média registrada no primeiro semestre do ano passado, tendo chegado a US$ 30 por milhão de BTU em janeiro, e a US$ 65 por milhão de BTU após o início do conflito na Ucrânia.

Os EUA anunciaram na última sexta-feira, 25, que vão fornecer pelo menos 15 milhões de metros cúbicos de gás até o fim deste ano para a União Europeia. A medida visa diminuir a dependência energética dos países do bloco com a Rússia, que hoje fornece até 40% do gás consumido pelos europeus.

Apesar do acordo, Mauro Chavez, diretor de gás e GNL na Europa da consultoria Wood Mackenzie, prevê a continuidade dos preços altos. “Os preços vão continuar altos e isso é ruim para o Brasil, pois se tivermos uma nova seca vamos precisar continuar comprando mais GNL para abastecer as térmicas e esse cenário de alta vai se refletir no valor da energia elétrica paga pelos brasileiros”, avalia Chavez

Ele menciona a crise hídrica ocorrida em 2021, a maior registrada no Brasil nos últimos 91 anos. No ano passado, 93% do gás natural importado pelos brasileiros veio dos EUA, segundo dados da consultoria Gas Energy.

O GNL atualmente responde por cerca de 27% da oferta de gás no Brasil, enquanto a produção nacional atende o restante da demanda, segundo a Petrobras. O percentual é semelhante ao importado pela Bolívia.

Escassez

Para Rivaldo Moreira, presidente da consultoria Gas Energy, não deve haver escassez de gás para o Brasil. Ele afirma que os EUA investiu o suficiente no setor nos últimos anos para cumprir o acordo com a Europa e ainda manter a oferta para outros países.

Na visão do especialista, o que realmente impacta o país é a desorganização da cadeia de suprimento. “O Brasil, e basicamente a Petrobras, importa cargas de GNL quando precisa. E vamos ver muitos países que são mais dependentes de gás no mundo buscando se contratar para o médio e longo prazos e isso vai de certa forma reduzir a oferta de GNL no mercado spot (livre)”, diz Moreira.

“Ou seja, haverá mais disputa para contar com o máximo de GNL nos próximos anos. E, se tivermos uma nova crise hídrica, o Brasil terá mais dificuldade”, completa.




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