Os problemas no mercado automotivo devem continuar aumentando os custos de produção e, consequentemente, os preços dos carros novos. Isso é o que acredita Carlos Tavares, CEO da Stellantis, um dos maiores grupos automotivos do mundo e dono de marcas como Fiat, Jeep e Peugeot.
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“Estou muito preocupado com o efeito da acessibilidade”, afirmou, pontuando que as montadoras precisam ficar atentas. Segundo ele, os compradores de outros mercados sentirão em breve os efeitos que chegaram ao Brasil há alguns meses.
O executivo aponta que o preço médio de transação de um veículo novo está por volta de US$ 45 mil (cerca R$ 227 mil), sem previsão de redução nas pressões por trás dos custos. Além disso, o recente conflito entre Rússia e Ucrânia já causa problemas na cadeia de suprimentos das principais fabricantes europeias.
Nas últimas semanas, os preços de aço, alumínio, níquel e outras matérias-primas também subiu. Nesse meio tempo, o CEO da Stellantis diz que as montadoras estão procurando maneiras de cortar custos para não pressionar ainda mais os consumidores.
Fatores envolvidos
O executivo aponta os principais fatores que estão elevando os preços dos carros, como a escassez contínua de chips semicondutores que vem se arrastando desde o início da pandemia. Segundo o site The Detroit Bureau, apenas 1 milhão de veículos estão disponíveis nos showrooms, cerca de um terço da quantidade normal para esta época do ano.
Outro ponto de pressão é o aumento nos preços das matérias-primas, impulsionado especialmente pelo conflito no leste europeu. O alumínio, que custava US$ 2.554 por tonelada em novembro, chegou a US$ 3.500 na última semana.
Medidas
Para não repassar o aumento aos consumidores, Tavares enfatiza que as empresas terão que encontrar maneiras de cortar custos. Uma estratégia possível em análise pela Stellantis é rever seu sistema de marketing e distribuição, que corresponde a cerca de 30% do preço de um carro novo. Para isso, será necessário se debruçar sobre leis de franquia.
A empresa encerrou suas operações na Ucrânia e na Rússia. Para amenizar a situação, o CEO conta que foi realizada uma doação de 1 milhão de euros para enfrentamento da crise de refugiados. A companhia ainda não sabe quando – e se – retorna aos países.