A inflação que pressiona o bolso dos brasileiros também pode ser bastante sentida na tarifa de energia. Desde o início de 2022, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou reajustes de 7% até 24% na conta de luz de consumidores residenciais.
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A maior parte desses aumentos ficou acima dos registrados em 2021, quando houve aumento médio de 8,25% no boleto de energia do consumidor residencial. Os dados também são da Aneel.
A alta é um reflexo direto da inflação, uma vez que os contratos de compra e distribuição de energia são reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M). Em ambos os casos, a inflação medida por eles ultrapassa os 10% em 12 meses.
Reajustes em 2022
Veja na tabela abaixo todos os reajustes aprovados pela Aneel neste ano e a data em que entraram em vigor:
Distribuidora | Reajuste | Em vigor desde |
Enel Ceará (CE) | 23,99% | 22 de abril |
Neoenergia Coelba (BA) | 20,73% | 22 de abril |
Neoenergia Cosern (RN) | 19,87% | 22 de abril |
Energisa Sergipe (SE) | 16,46% | 22 de abril |
Energisa Mato Grosso (MT) | 20,36% | 16 de abril |
Energisa Mato Grosso do Sul (MS) | 16,83% | 16 de abril |
CPFL Paulista (SP) | 13,80% | 8 de abril |
CPFL Santa Cruz (SP, MG e PR) | 7,17% | 22 de março |
Enel Distribuição Rio (RJ) | 17,14% | 15 de março |
Light (RJ) | 15,41% | 15 de março |
Energisa Borborema (PB) | 9,39% | 4 de fevereiro |
O órgão também autorizou reduções nas tarifas de sete distribuidoras de energia de menor porte. Os cortes são bastante significativos, variando de 3,38% a 26,69%.
Esses reajustes costumam ocorrer anualmente e têm como objetivo repassar ao cliente o aumento dos custos da empresa. Cada distribuidora define a data da mudança, que deve ser aprovada pela Aneel.
Bandeira verde
Apesar das correções de até 24% em 2022, a agência acredita que o fim da bandeira escassez hídrica deve balancear e até anular o aumento na conta de luz. O governo federal aprovou a adoção da bandeira verde, que não prevê cobrança extra na energia, a partir do dia 16 de abril.
Até então, a bandeira de escassez hídrica adicionava R$ 14,20 a 100 kWh consumidos. Ela foi criada em meio à crise energética vivida no ano passado, e ficou em vigor entre setembro de 2021 e 15 de abril de 2022.