Na comparação com o extinto auxílio emergencial, pago entre abril e agosto de 2020, o próximo aumento do Auxílio Brasil, dos atuais R$ 400 para R$ 600, já começa defasado em R$ 125. O que acontece é que a inflação de dois anos cresceu significativamente e passou a reduzir o poder de compra dos brasileiros.
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Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que representa a inflação oficial do país, mostram que houve uma alta de 20,7% nos preços de produtos desde abril de 2020 até junho de 2022.
Apenas no mês de junho, houve alta de 5,49%, enquanto que nos últimos 12 meses, o acumulado chega a 11,89%, conforme dados do IBGE.
Preço da cesta básica derruba aumento do Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil, atualmente em R$ 400, subirá de valor e passará a valer R$ 600 – acréscimo de R$ 200 a partir de agosto. O governo também pretende zerar a fila de famílias à esperada do programa, atualmente em 1,6 milhões.
Apesar dos aumento, um levantamento do mês de maio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) aponta que o novo valor do benefício não é capaz de comprar uma cesta básica dependendo da cidade em que o beneficiário reside.
“Em termos reais, já que não acompanha a inflação, o objetivo do Auxílio Brasil não vai ser cumprido. O Brasil tem uma inflação que tem subido constantemente, e que agora está sendo desacelerada de forma artificial, e isso vai comprometer resultados futuros”, explica o economista e professor da Faculdade Hélio Alonso (Facha), Ricardo Macedo.
Para se ter uma ideia, o preço da cesta básica chega a R$ 777,93 na capital São Paulo, R$ 772,07 em Florianópolis, R$ 768,76 na cidade de Porto Alegre e R$ 723,55 no Rio de Janeiro. As cidades onde o conjunto de itens essenciais para a alimentação são menores incluem João Pessoa, com a cesta custando R$ 567,67, e Aracaju, no valor de R$ 548,38.