O Banco Central se reuniu ontem, 2, para discutir um novo aumento na taxa básica de juros (Selic). O anúncio é esperado para hoje, e deve consistir em alta de 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano.
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No Congresso Nacional, o assunto que atrai a atenção nesta semana é a medida provisória que altera as regras do vale-alimentação e possibilita a liberação do benefício em dinheiro. Já nos postos de combustível, a supresa é a gasolina, que fechou julho com o menor preço em um ano.
A chegada da tecnologia 5G na cidade de São Paulo também está entre os destaques desta quarta-feira. Confira mais informações a seguir.
Auxílio-alimentação em dinheiro
A medida provisória (MP) que prevê mudanças importantes nas regras do auxílio-alimentação deve ser votada na Câmara dos Deputados até o fim desta semana. O assunto que vem gerando bastante polêmica entre donos e bares e restaurantes.
O relator do texto, deputado Paulinho da Força, apresentou uma emenda que autoriza o pagamento do benefício em dinheiro. Ele afirma que os empregadores terão mais margem para negociar o repasse do vale junto aos sindicatos para que a verba não seja caracterizada como trabalhista.
De acordo com o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, os pagamentos com auxílio-alimentação representam cerca de 20% do faturamento de bares e restaurantes, podendo chegar a 80%. “O relator mexe no espírito das leis: um dinheiro que é carimbado pela lei para alimentação, para evitar problema de absenteísmo, pode ser usado para pagar dívida de banco, por exemplo”, explica.
“Estamos muito preocupados, porque houve uma consulta pública no ano passado – com operadoras dos vales, associações de recursos humanos, empresas de maquininhas, governo, restaurantes – todo o segmento para debater sobre novidades e modernização do PAT. Quando a gente teve conhecimento do possível relatório, isso nos preocupou”, completa o presidente do conselho da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), Alaor Aguirre
Os sindicatos são favor da medida, mas não as empresas do setor. As chamas ‘ticketeiras’, que fornecem o vale-alimentação, esperam que o documento perca sua validade. O prazo para análise da MP na Câmara termina no dia 7 de agosto.
Banco Central deve aumentar Selic em 0,50% ao ano
O mercado financeira espera o anúncio do 12º aumento consecutivo na taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira. Especialistas consultados pelo Estadão acreditam que o Banco Central deve continuar elevando o percentual até setembro para manter a inflação próxima da meta em 2023 (3,25%).
A autoridade deve manter aberta a porta para novos acréscimos em meio ao cenário econômico pressionado pelo enfraquecimento do teto de gastos. A previsão é que a taxa ficará por volta de 14,25%, nível registrado pela última vez entre julho de 2015 e outubro de 2016.
A estratégia de aumentar o juro básico deixa o crédito mais caro e também reduz o poder de consumo da população e os investimentos produtivos. Como consequência, ela freia o aumento dos preços e derruba a inflação.
Os reajustes consecutivos consolidam o processo mais longo da história do Comitê de Política Monetária (Copom). A alta acumulada chega a 11,75 pontos percentuais, incluindo a esperada para hoje.
Preço da gasolina em julho é o mais barato em 12 meses
Após uma série de medidas adotadas pelo governo para reduzir os preços dos combustíveis, a gasolina encerrou julho no valor mais baixo em um ano. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O preço médio do litro chegou a R$ 5,74 no país na semana que fechou o mês passado. A última vez que a gasolina foi vendida a um valor abaixo desse foi entre 28 de junho e 3 de julho de 2021, quando custava R$ 5,68 o litro.
A variação representa queda de 11,5% no preço do combustível em apenas um mês. Ela é resultado de um reajuste da Petrobras e da redução do ICMS sobre esse tipo de produto.
Por sua vez, o etanol recuou 6,8% entre a primeira e a última semana de julho, passando de R$ 4,52 para R$ 4,21 o litro.
5G chega a São Paulo na próxima quinta
A nova geração da internet móvel, o 5G, chega à cidade de São Paulo na próxima quinta-feira, 4. Em uma nova reunião extraordinária, o Gaispi resolver autorizar o uso da faixa de radiofrequências conhecida como 3,5 GHz para viabilizar a tecnologia.
Na primeira fase de ativação do 5G na capital paulista, a Anatel já recebeu 1.378 pedidos de licenciamento. O edital de licitação aprovado no final de 2021 previa um mínimo de 462 estações instaladas.
O cronograma que consta no documento também estabelece os números para instação de antenas no município de São Paulo nos próximos anos. Veja:
- Julho de 2022: uma estação para cada 100 mil habitantes e 154 estações por prestadora (mínimo de 462 antenas);
- Julho de 2023: uma estação para cada 50 mil habitantes e 308 estações por prestadora;
- Julho de 2024: uma estação para cada 30 mil habitantes e 514 estações por prestadora;
- Julho de 2025: uma estação para cada 10 mil habitantes e 1.540 estações por prestadora.
A cobertura vai variar de acordo com a prestadora e região, com expectativa de oscilação entre 10% a 50% em relação à rede 4G. O maior número de antenas está concentrado no Centro Histórico da cidade, na região da Avenida Paulista e no Itaim Bibi.
