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Comer fora pode ser mais barato que fazer refeição em casa

Donos de restaurantes sentem no bolso essa oscilação constante nos preços dos alimentos. Entenda o motivo da discrepância nas subidas.



Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para uma inversão no quesito comer fora e comer em casa. Com a inflação dos produtos nas alturas, acumulada em 11,8% de janeiro até julho, pode ser mais em conta alimentar-se em restaurantes, cuja subida de preço é de 4,6% – diferença de 7,2 pontos percentuais.

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Para fins comparativos, desde o começo da pandemia, no ano de 2020, a inflação acumulada para a alimentação no domicílio atinge a marca de 43%, enquanto os percentuais para comer fora de casa estão na faixa dos 17,4%.

Discrepância de preços

Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel), Paulo Solmucci, a discrepância ocorre porque os estabelecimentos não estão conseguindo repassar os aumentos nos custos. “Com a renda contraída, fica difícil repassar preços. As pessoas estão com o bolso apertado. A gente vem subindo menos do que a metade da inflação no domicílio”, explicou.

A pesquisa mostra que 46% dos estabelecimentos subiram os preços das refeições abaixo dos índices da inflação de julho, já outros 25% não conseguiram reajustar. Nos demais casos, 27% conseguiram acompanhar a inflação, enquanto 3% subiram os preços para além do índice.

Aumento dos alimentos

Os donos de restaurantes sentem no bolso essa oscilação constante nos preços dos alimentos. No Colher de Pau, localizado na zona norte de São Paulo, o preço do quilo de comida era R$ 59,90 antes da pandemia, e hoje está em R$ 62,90. A subida representa uma alta de 5%, enquanto que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 17,4% no mesmo período.

Diante disso, o gerente do estabelecimento, Leonardo André Teodoro Silva, declarou ser impossível seguir as variações dos preços dos produtos. “No atacado, o preço do abacaxi hoje é R$ 4,99, mas amanhã está R$ 6,99. Sempre aumenta. A gente, se subir assim, vai quebrar”, disse.

Para o presidente da Abrasel, os restaurantes têm buscado reverter essa tendência nos últimos meses. Desde maio, o repasse dos estabelecimentos tem superado o IPCA, mas isso ainda parece não ser suficiente para ajudar na recuperação daquilo que foi perdido desde o começo do ano pela inflação.




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