O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou nesta terça-feira (3), com o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli. De acordo com o embaixador, um dos pontos discutidos foi a possível criação de uma moeda comum do Mercosul. Com isso, o intuito da proposta é de estimular o comércio entre todos os países pertencentes ao bloco comercial.
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No entanto, Scioli esclareceu que ambos os países continuariam tendo duas moedas próprias, e que a nova moeda seria apenas para integrar e aumentar o comércio entre os países do bloco. Além disso, outro ponto discutido na reunião foi a integração energética e financeira entre a Argentina e o Brasil, sendo o Brasil seu principal parceiro comercial mesmo em momento de crise.
Mesmo com Haddad não dando declarações sobre a reunião, o embaixador da Argentina afirmou que o novo ministro da Fazenda possui uma visão bastante positiva em relação a economia brasileira. Ademais, Scioli afirmou que Haddad também teria um compromisso muito forte com as metas em relação a criação da moeda comum.
Moeda Mercosul e a crise argentina
A Argentina vem passando por uma grande crise econômica em razão do seu juro básico, que atingiu o nível de 70% ao ano. Ademais, o país possui também uma inflação que já ultrapassou a casa dos 80%. Outro agravante para a situação dos argentinos é o fato de o país ser dolarizado, ou seja, sua economia funciona de acordo com o dólar.
No Brasil, a situação é diferente. O dólar afeta o mercado brasileiro no quesito dos combustíveis, devido ao Preço de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras. Desse modo, a criação de uma moeda que junte os dois países poderia diminuir a dependência do dólar. Contudo, o mais novo ativo poderá ter uma resistência do mercado, visto a grave situação econômica que a Argentina se encontra nos dias atuais.