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‘Bagunça’ na Americanas: imagens mostram prateleiras vazias e fios expostos em lojas

Segundo especialistas, estratégia de marketing usada pela varejista pode afastar clientes neste momento.



Desde o anúncio do rombo contábil na Americanas, as lojas da varejista passam aos consumidores uma verdadeira sensação de abandono. A estratégia usada pela empresa busca atrair clientes que procuram por promoções e queimas de estoque, mas especialistas afirmam que essa não é uma boa ideia agora.

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O pedido de recuperação judicial da companhia reacendeu uma discussão antiga sobre o clima da “decadência” em suas unidades físicas. Ele é construído por prateleiras vazias, corredores bagunçados e falta de produtos, segundo relatam usuários nas redes sociais.

Uma reportagem do Estadão visitou lojas da Americanas e verificou a falta de produtos e desorganização em diversas seções. Além disso, a equipe encontrou paredes mofadas e até fiação exposta no teto.

Fios expostos no teto. Foto: Wesley Gonsalves/Estadão

Perguntada sobre o assunto, a companhia afirmou em nota que “segue operando normalmente, mantendo seu propósito de entregar a melhor experiência”. “Os clientes podem comprar produtos e serviços disponíveis em diversas unidades da Americanas próximas e também no site e app da marca”, disse.

Prateleiras vazias

Ulysses Reis, especialista em varejo da Strong Business School (SBS), conta que foi verificar a situação de perto e constatou a falta de produtos, “principalmente no caso de itens de maior valor agregado (como smartphones e outros eletrônicos)”.

“Nós também vemos que já existe uma falta de produtos de ‘giro elevado’ (com alta saída), o que já é um sinal de dificuldades de negociar com os fornecedores”, completou.

Reais avalia que a dificuldade de repor estoques pode ficar ainda pior após o pedido de recuperação judicial, já que os fornecedores temem não ser pagos. Até o momento, a dívida anunciada pela empresa está na casa dos R$ 43 bilhões.

Corredores desorganizados na Americanas. Foto: Wesley Gonsalves/Estadão

Imagem afasta clientes

A professora de marketing da FGV, Lilian Carvalho, acredita que a imagem das lojas físicas é algo que foi construído por muito tempo. “As Americanas eram bem decadentes há alguns tempo. Não me parece que no caso deles seja uma estratégia deliberada, mas foi piorando com o passar do tempo”, diz.

Segundo ela, também é importante pontuar que a questão do rombo saiu da bolha do mercado financeiro e chegou ao consumidor final. “Antes, as empresas entravam em recuperação judicial e ficavam restritas aos jornais especializados. Hoje, com as rede sociais, a decadência das Americanas se transformou em um viral”, completou.

Os entrevistados acreditam que, considerando o escândalo financeiro e a crise de imagem, os consumidores podem ficar receosos de visitar as lojas da varejista. O temor é que os clientes possam migrar para os concorrentes, como tem acontecido com o marketplace da companhia.




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