Tem um novo capítulo por vir na crise das Americanas. A empresa informou nesta quinta-feira (19) que pode entrar com um pedido de recuperação judicial nas próximas horas ou dias. Mas você sabe o que significa esse tipo de movimento?
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O movimento de recuperação judicial tem por objetivo assegurar a continuidade de uma empresa muito endividada e evitar que ela quebre.
A Lei de Recuperação de Empresas e Falências, em que a recuperação judicial se baseia, foi criada em 2005 e leva em conta a função social da empresa e a preservação dos empregos. Essa tática já foi utilizada por empresas como Varig e Oi, por exemplo.
Como pode funcionar a recuperação judicial no caso da crise das Americanas?
O caso das Americanas foi descoberto há alguns dias, após a descoberta de um rombo inicial de R$ 20 bilhões nos balanços da empresa. Até o momento, a estimativa é que a dívida descoberta seja bem maior que isso.
Em casos de recuperação judicial no Brasil, é comum que o processo resulte na negociação ampliada com credores, que acabam aceitando grandes descontos. Além disso, empresas em recuperação costumam vender ativos fora do eixo-central do negócio, com o objetivo de levantar recursos para a reestruturação do negócio principal e para cobrir dívidas.
No caso das Americanas, analistas já estimam que a empresa poderia levantar recursos com a venda de negócios adquiridos recentemente como Hortifruti e Natural da Terra ou da sua fatia na joint-venture em rede de lojas de conveniência com a VEM, da Vibra (antiga BR Distribuidora).
Desde 2021, a lei também permite que autorizações judiciais permitam empréstimos para os proprietários de uma empresa em recuperação, desde que tenha como garantia os bens pessoais do dono da empresa.