Uma preocupação constante dos motoristas brasileiros é o preço dos combustíveis. Devido a incertezas sobre tributos e outros problemas recentes, os valores que vinham caindo há algumas semanas apresentaram avanços na virada do ano.
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A boa notícia é que o preço médio da gasolina voltou a cair na semana passada. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do derivado recuou 0,38% no país na segunda semana de janeiro, de R$ 5,19 para R$ 5,17.
Essa média é resultado de pesquisas feitas em centenas de postos espalhados pelo Brasil, país onde os cidadãos comprometem boa parte do orçamento mensal apenas com o abastecimento de seus veículos. Por aqui, os gastos com gasolina são maiores que em países como Estados Unidos e México, por exemplo.
O levantamento também mostra que o etanol teve queda semanal e passou a custar R$ 4,66 no período. Já o diesel continua em alta e disparou 1,28% na semana, passando de R$ 7,02 a R$ 7,11 por litro.
Desoneração e política de preços
O movimento dos combustíveis nas últimas semanas é explicado, em parte, pela desoneração dos tributos federais. Temendo a volta da cobrança em 2023, muitos donos de postos elevaram seus preços logo após a virada do ano.
Contudo, o presidente Lula decidiu prorrogar a medida que isenta gasolina, querosene de aviação e outros produtos de impostos federais. Com a decisão, a desoneração continua até o dia 28 de fevereiro.
Também vale destacar a Paridade de Preço Internacional (PPI), política de preços adotada pela Petrobras que atrela suas cotações domésticas às do mercado internacional. Ainda durante sua campanha, o petista sinalizou a possibilidade de alterar a regra.
“Pretendo mudar a política de preços da Petrobras. Pretendo fazer que o preço da Petrobras seja em função dos custos nacionais, porque produzimos em real, pagamos salário em real. Essa história de PPI, internacionalizar preço, é para agradar acionistas em detrimento de brasileiros. A gente pode reduzir preço sim. O presidente (Bolsonaro) não teve coragem”, afirmou.
Uma declaração semelhante foi dada por Jean-Paul Prates, o novo presidente da estatal. “O governo vai defender a conta de estabilização de preço dos combustíveis. A Petrobras tem que parar de se comportar como o herdeiro rico”, disse.